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Prioridade número um é a reforma da Previdência, diz Guedes

Em entrevista nesta quarta-feira, o ministro da Economia também voltou a dizer que pretende zerar o déficit do governo em 2019, contando com pelo menos R$ 20 bilhões levantados com privatizações

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Caio Rinaldi , Altamiro Silva Junior (Broadcast), Bárbara Nascimento e Mateus Fagundes
Atualização:

Parte essencial no plano do governo Bolsonaro para zerar o déficit fiscal já em 2019 é a implementação de reformas estruturais, em especial a aprovação de uma profunda reforma da Previdência. A afirmação foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em Davos, na Suíça, durante entrevista à Bloomberg nesta quarta-feira, 23.

"Mais da metade (do déficit fiscal) será resolvido com a reforma da Previdência, esta é a prioridade número um", declarou Guedes. O ministro explicou que o País tem menos de 11% da população recebendo aposentadora, mas o sistema "já está quebrado". "Precisamos consertar o antigo sistema e introduzir um novo sistema, fazendo a transição para o modelo de capitalização", explicou.

'Estamos indo na direção de uma economia pró-mercado, aberta e com privatizações'. Foto:

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Ao final da entrevista, Guedes reforçou a importância de implementar as reformas estruturais rapidamente. "A urgência está nas reformas estruturais, queremos fazer a reforma mais importante o quanto antes, que é a reforma da Previdência", afirmou o ministro da Economia.

Zerar déficit

Paulo Guedes reafirmou que pretende zerar o déficit primário do governo neste ano, de R$ 139 bilhões. Segundo ele, para isso, a equipe econômica conta com pelo menos US$ 20 bilhões em privatizações e, ainda, devoluções de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e corte de subsídios. "Em termos de caixa, vamos zerar o déficit este ano", disse.

Guedes afirmou que a intenção do governo é vender empresas públicas e subsidiárias de "duas ou três grandes estatais". Ele ainda lembrou que os subsídios pagos pelo governo hoje somam cerca de US$ 100 bilhões. "Se cortarmos 10% disso, já temos US$ 10 bilhões", disse, lembrando que esse é um corte difícil de ser feito por levar a um desgaste político. "Porque entrar em batalhas menores se teremos uma grande, grande batalha pela frente?", disse, em referência à reforma da Previdência.

Guedes lembrou que a promessa de zerar o déficit é factível para este ano. O problema, disse, são os próximos anos, uma vez que parte dessas receitas que o governo tem para este ano são extraordinárias, ou seja, só entram no caixa de 2019: "Aí vai ser preciso novas reformas estruturais, como a da Previdência".

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O ministro disse que pretende "desalavancar" o balanço das estatais e afirmou que "a União emprestou dinheiro para empresas estatais e agora quer esse dinheiro de volta". Ele citou o caso do BNDES, que recebeu R$ 500 bilhões em aportes da União, referentes a subsídios passados, e que, agora, estão sendo devolvidos para o governo.

Respaldo

O ministro disse também que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito devido à agenda econômica liberal proposta durante a campanha. "Estamos indo na direção de uma economia pró-mercado, aberta e com privatizações. Vamos privatizar, integrar a economia ao restante do mundo", afirmou o ministro. "(Nesta agenda) Estamos 40, 45 anos atrasados em relação a outros países."

Guedes atribuiu, ainda, a eleição de Bolsonaro às forças conservadoras, de centro e de centro-direita.

O ministro disse também que, desde a redemocratização do País, o Brasil adotou uma política social-democrata. Logo após a eleição, ele havia considerado este modelo econômico como "ruim".

Davos 2019 AO VIVO

Acompanhe aqui outras informações sobre o Fórum Econômico Mundial na Suíça.

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