
21 de outubro de 2011 | 03h05
"O governo português vai analisar as propostas e comentar o que foi apresentado. A partir disso, o governo realizará uma nova rodada para recebimento de propostas, que serão vinculantes", disse uma fonte do mercado, que preferiu não ser identificada. Além da Eletrobrás, estariam na disputa por essa participação a Cemig, a francesa GDF Suez, a alemã E.ON, as chinesas China Power e Three Gorges, a espanhola Gas Natural Fenosa e a argelina Sonatrach, que já é acionista da holding portuguesa, com 2,23% de participação acionária.
Projeto. Além de arrecadar um volume expressivo de recursos com a alienação de sua fatia acionária, o governo português deseja que o novo sócio tenha um projeto de crescimento para a EDP, dado o peso da empresa na economia local. Ou seja, o governo busca um acionista que mantenha a companhia integrada, o que diminui as chances de venda de ativos após a operação.
Isso pode favorecer a Eletrobrás, que vislumbra na aquisição de uma participação na EDP a oportunidade para iniciar seu processo de internacionalização - com a holding portuguesa, a estatal brasileira teria acesso aos mercados de energia da Europa e dos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, esse fato pode pesar contra a Cemig, uma das principais consolidadoras do setor elétrico brasileiro. Rosângela Ribeiro, analista da SLW Corretora, lembra que a estatal mineira demonstra interesse na EDP principalmente com o objetivo de ter acesso aos ativos da EDP no Brasil - onde opera as distribuidoras Bandeirante (SP) e Escelsa (ES), possui um parque gerador de 1,82 mil MW e atua no segmento de comercialização de energia.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.