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Privatizações dos Correios, Telebrás e Eletrobrás devem ganhar tração após saída de Salim Mattar

Acordo sobre modelagem de venda da empresa de energia e ida dos Correios e da Telebrás para Ministério das Comunicações favorecem aceleração do processo

Foto do author José Fucs
Por José Fucs
Atualização:

Ao justificar a sua saída do governo, o ex-secretário especial de Desestatização Salim Mattar disse que deixou o cargo por causa da morosidade na privatização, em especial a dos Correios, que estava no topo de sua lista de empresas que deveriam ser repassadas à iniciativa privada. Mas, ironicamente, agora que ele deixou o governo, parece que a privatização dos Correios deverá finalmente acontecer - e quem diz isso é o próprio Salim. 

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Segundo ele, com a vinculação dos Correios ao novo Ministério das Comunicações e não mais ao Ministério da Ciência e Tecnologia, do ministro Marcos Pontes, que torpedeava a privatização, a venda da estatal deverá, enfim, ganhar tração. O mesmo deverá ocorrer, em sua visão, com a Telebrás, que também saiu da órbita de Pontes e migrou para o novo ministério.

“Agora os Correios pertencem ao ministro Fábio Faria, que é um ministro em ascensão, jovem, entusiasta da privatização e da redução do tamanho do Estado. Ele acabou de assumir agora e acredito que ele tem interesse em privatizar tanto os Correios quanto a Telebrás”, afirmou Salim em entrevista ao Estadão. “O ministro Faria gosta da pauta de privatização. Acredito que esteja procurando o melhor timing para fazer alguma coisa desta natureza.”

Os Correios estavam no topo da lista do ex-secretário Salim Mattar das empresas que deveriam ser privatizadas. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

De acordo com Salim, para acelerar a privatização das duas empreses basta Faria incluí-las no PND (Plano Nacional de Desestatização), em vez de deixá-las no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). “O PPI é uma forma enganosa de privatização, porque o processo fica parado lá e não anda”, diz. “A colocação no PND acelera sobremaneira os estudos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a contratação de consultorias e de auditorias, para poder fazer a modelagem de venda.”

Eletrobrás

Sobre a Eletrobrás, cuja capitalização e privatização estão em análise no Congresso desde o governo Temer, Salim evita comentários, para não mexer com a cotação dos papéis da empresa, que são negociados em Bolsa. Mas técnicos da secretaria de Desestatização dizem que, agora, a aprovação da venda da estatal também deverá deslanchar.

O otimismo se deve ao fato de que o Congresso e os ministérios da Economia e das Minas e Energia chegaram, enfim, a um consenso sobre a nova modelagem que será adotada para a capitalização e a venda da Eletrobrás.

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Pelo acordo, o dinheiro da privatização deverá entrar carimbado nos cofres do governo. Parte deverá ser destinada à Bacia do São Francisco e o resto para a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), para subsidiar o preço da energia nas regiões Norte e Nordeste. No momento, discute-se ainda o valor das usinas que serão outorgadas à empresa, para fechar a modelagem no Congresso.

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