O Procon de Goiás confirmou nesta quinta-feira a aplicação de multa inédita na Caixa Econômica Federal (CEF), no valor de R$ 900 mil, por má-prestação de serviços, lentidão do sistema e pela enormidade das filas nas 351 agências lotéricas da Caixa existentes em Goiás que atendem, em média, meio milhão de pessoas/mês. O valor original da multa, R$ 1,5 milhão, foi reduzido em 40% (ou R$ 600 mil) porque, segundo o superintendente do Procon, Antonio Carlos de Lima, o banco conseguiu reduzir em 90% o desconforto dos clientes. "Os 10% restantes devem-se a deficiências de funcionamento no sistema, concentradas na pouca velocidade e na falta de manutenção dos equipamentos", explicou hoje o superintendente do Procon. "Porém, como melhorou de maneira significativa o atendimento nas lotéricas para a maioria dos clientes concedemos o desconto", disse ele. A Caixa tem até o dia 29 próximo para pagar a notificação de R$ 900 mil. Caso contrário, segundo o Procon-GO, a conta vai para a Dívida Ativa e, em seguida, entrará na lista de Execução Forçada do Estado. Antonio Carlos de Lima, que é delegado e ex-corregedor da Polícia Civil, explicou ainda que as agências lotéricas serão monitoradas por fiscais do Procon, no período de 15 dias, para verificar a qualidade da prestação de serviços. Caso contrário, afirmou, o banco que detém o maior número de consumidores no País (32,5 milhões de pessoas), será enquadrado como reincidente, e sujeito a multas de até R$ 3 milhões. De acordo com o superintendente, a multa foi possível por meio de uma lei municipal (7867/99) que proíbe aos bancos manter um cliente nas filas em período superior a 20 minutos, em dias normais, e 30 minutos no dia útil seguinte aos feriados. No caso da Caixa, além das notificações dos fiscais e de reclamação da Associação dos Lotéricos em Goiás, que acusaram prejuízos de até 50% pela lentidão do sistema, outras sete pessoas fizeram "denúncias de constrangimento" no Procon após ficarem mais de 55 minutos nas filas das lotéricas.