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Produção da indústria alimentícia cresce 5,8%

Por Agencia Estado
Atualização:

Mesmo caracterizado como um período de férias, em que a demanda é menor, as indústrias fabricantes de alimentos tiveram bom desempenho em julho. A produção fechou em alta de 5,8% comparada ao mês anterior e a receita teve acréscimo real de 0,2%. "A fase mais crítica já foi superada", informou à Agência Estado o economista da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (Abia), Dênis Ribeiro, em referência à turbulência do início do ano. Segundo ele, a tendência de alta ficou mais fortalecida no mês de agosto - cujos dados serão divulgados em outubro -, quando a indústria ganhou fôlego por causa dos pedidos natalinos que começam a ser fechados. A estimativa do economista é que agosto tenha, no mínimo, mantido o nível de produção obtido em julho. "O volume deve ter crescimento ao redor de 5% na comparação com julho e as vendas reais 0,4%", previu. Alguns segmentos, segundo o economista, devem ter desempenho até superior. "Carnes, panetones e vinhos podem ter incremento superior a 12%, enquanto os outros registram alta entre 10% e 12%", disse. A sinalização de crescimento dá início agora, mas o pico será em outubro. "O Natal da indústria de alimentos é em novembro", afirmou. Na comparação com julho de 2001, a produção cresceu 2,2% mas o faturamento real registrou ligeira queda, de 0,48%. Tal recuo decorreu da dificuldade em se negociar reajustes. "As negociações com o varejo estão difíceis porque os supermercadistas não aceitam repasses de preços", disse Ribeiro. No acumulado do ano o faturamento teve crescimento real de 2,3% em relação aos sete primeiros meses do ano passado. Isso porque os fabricantes conseguiram repassar reajustes no primeiro semestre. A produção, na mesma comparação, aumentou 1,2 %. O índice que serve de base mais segura para a indústria é o acumulado dos últimos doze meses do ano, nesse caso, encerrado em julho. A Abia registrou no período aumento real de 3,8% na receita e 3,1% na produção. "A previsão para o ano diante desse resultado se mantém", disse Ribeiro. A estimativa é de que, em 2002, a indústria obtenha crescimento real entre 2,8% e 3,3% na receita e algo em torno de 2,5% na produção. Esse resultado, segundo Ribeiro, não está sendo puxado pelas exportações. Nos primeiros sete meses do ano, os embarques de alimentos processados caíram 6% e agroindústria 10%, em faturamento. De acordo com o levantamento da Abia, entre os meses de janeiro e julho de 2002 foram contratados 8 mil empregados, uma média superior a mil contratações mensais. "Esse ritmo deverá continuar até final do ano", prevê.

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