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Produção da indústria cai 5,1% em maio, diz IBGE

Por Agencia Estado
Atualização:

A indústria brasileira registrou em maio queda de 5,1% na produção ante o mês de abril. Essa foi a maior redução nessa base de comparação desde maio de 1995. Em relação a maio do ano passado, a queda foi de 0,9%. No ano, a indústria acumulou até maio queda de 0,3% e, nos últimos 12 meses, a retração foi de 1,2%. O índice de média móvel trimestral, considerado o principal indicador de tendência da produção, registrou em maio a primeira queda (-0,4%) desde dezembro de 2001. Além disso, segundo o IBGE, o mês de maio registrou o menor patamar de produção do ano ficando 2,1% abaixo da média dos primeiros quatro meses. A queda foi resultado do desempenho negativo de 16 dos 20 ramos industriais pesquisados pelo IBGE. As principais reduções ocorreram em material elétrico e de comunicações (-8,9%), mecânica (-8,8%), material de transporte (-7,6%) e produtos alimentares (-5,7%). Ainda na comparação com abril, houve queda nas quatro categorias industriais atingindo os bens de consumo duráveis (-12,9%), bens de capital (-9,7%), bens de consumo não duráveis (-8%) e bens intermediários (-2,2%). Na comparação com maio de 2001, 14 dos 20 ramos pesquisados apresentaram taxas negativas, com destaque, mais uma vez, para material elétrico e de comunicações (-16,8%), e material de transporte (-12,9%). Entre as categorias de uso, a única a apresentar crescimento ante maio do ano passado foi a de bens intermediários (0,5%). Houve queda nessa base de comparação em bens de capital (-5,9%), bens de consumo duráveis (-9,7%) e bens de consumo não duráveis (-1,9%). Reversão A produção interrompeu em maio a trajetória de recuperação iniciada no final do ano passado. Todos os indicadores relativos ao período foram negativos. O chefe do departamento de indústria do IBGE, Silvio Sales, sublinhou que o setor produtivo já vinha sofrendo os impactos da retração do consumo interno. A partir de maio houve uma "alteração de cenário", provocada pela perda da confiança dos investidores e a volatilidade do câmbio. "Essa mudança pode estar refletida nesses números", disse Sales. Ele lembrou que mais de 80% da produção industrial brasileira está voltada para o mercado interno e, portanto, o setor sofre efeitos diretos das mudanças conjunturais do País. Segundo Sales, mesmo que a queda de 5,1% da produção em maio tenha sido em parte influenciada pela elevada base de comparação de abril (aumento de 4,5% ante março), os indicadores que anulam esse efeito estatístico confirmam a reversão da trajetória de recuperação. Ele explicou que tradicionalmente o mês de maio supera a produção de abril em torno de 7,4%, considerados 25 anos de observação. Este ano maio ainda foi melhor em termos de patamar de produção sobre o mês anterior, mas apenas em 1,4%. Além disso, o indicador de média móvel trimestral voltou a assinalar sinal negativo no trimestre encerrado em maio, após cinco meses de crescimento. Outro fator considerado ilustrativo por Sales é a piora do indicador dos últimos 12 meses, que passou de um acúmulo de -0,7% no período encerrado em abril para -1,2% em maio.

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