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Produção de aço cresce 28,5 % em julho

Apesar dos sinais de recuperação, o volume é 22,8% menor que o de 2008

Por Clarice Spitz
Atualização:

A produção de aço bruto brasileira pisou no acelerador em julho. Segundo o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), a produção cresceu 28,5% ante o mês anterior. Em junho, na mesma base de comparação, o avanço tinha sido de 2,5%. As vendas internas totalizaram 1,4 milhão de toneladas, o que significou um avanço de 9,1% em julho sobre junho. A retomada de altos-fornos que estavam paralisados foi a principal razão para o forte crescimento no mês passado, de acordo com analistas. "As empresas ficaram confiantes e voltaram a produzir para recomposição de estoques", afirmou Gilberto Cardoso, do Banif Investment Banking. De acordo com o vice-presidente executivo do IBS, Marco Polo de Mello Lopes, em julho o nível de utilização de capacidade instalada no setor subiu para 73% diante de uma média de 54% no acumulado de janeiro a julho. Já na comparação com julho do ano passado, a produção de aço caiu 22,8%. As vendas internas também registraram decréscimo de 31,6% na mesma base de comparação. As quedas, para Cardoso, são reflexo direto da crise econômica, que retraiu a demanda por aço e paralisou projetos de expansão de infraestrutura. No ano, a produção acumula recuo de 36,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado das vendas no mercado interno foi 38,7% menor do que o registrado em igual período do ano passado. Mello Lopes considerou que o forte crescimento da produção de julho aponta para um cenário otimista nos próximos meses. "O mercado interno está reagindo de forma sustentada. O pior ficou para trás", disse o executivo do IBS. Segundo Pedro Galdi, da SLW, a tendência de melhora vem se desenhando ao longo do ano. "Os estoques estão próximos do que seria normal e o desempenho do Brasil está melhor diante de outros países", acrescentou. Já o analista Cardoso considera ser cedo para afirmar que o cenário no setor aponta para a retomada. "É um número positivo, é um sinal, mas precisa ser monitorado para saber se é sustentável ou apenas um suspiro", disse. O IBS estima que o consumo por aço feche o ano na faixa de 18,7 milhões de toneladas. Se confirmado, representará uma queda de 22,1% em relação a 2008 e será 15% inferior a 2007.

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