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Produção de cerveja reverte queda e sobe 5%

Segundo dados preliminares da CervBrasil, Copa do Mundo e carnaval emmarço ajudaram setor a reverter a queda de 2% registrada no ano passado

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Domínio.Marcas da fabricante Ambev têm fatia de quase 70% no mercado brasileiro Foto: Tasso Marcelo/Estadão

A Copa do Mundo e o carnaval em março ajudaram as fabricantes de cerveja a reverterem a queda de 2% da produção registrada em 2013, segundo dados preliminares sobre a produção do produto divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). A entidade estima, com base nos dados do sistema Sicobe, da Receita Federal, que a produção de cerveja cresça 5,1% no ano. Até ontem, a produção somava 13,66 bilhões de litros.

Os resultados deste fim de ano mostram que as empresas estão aumentando a produção pensando no verão de 2015. Em dezembro, a produção deve crescer 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Como o movimento da indústria demora entre 30 a 45 dias para se refletir nas entregas ao varejo, o presidente da CervBrasil, Paulo Petroni, explica que a aposta de produção feita agora representa uma previsão do que deverá ser consumido no começo do ano que vem. Por causa das altas temperaturas do verão, o primeiro trimestre é geralmente o mais importante para a indústria de cervejas.

Petroni afirma que o resultado do mercado em 2015 será crucial para as decisões de investimentos das grandes cervejarias do País - a Ambev é a líder isolada de mercado no País, com quase de 70% do segmento.

No acumulado de janeiro a setembro, a empresa havia registrado uma alta de 4,9% no volume de cerveja, em relação ao mesmo período do ano passado. Como ocorreu com o mercado em geral, o avanço registrado pela empresa está baseado em um crescimento forte, de 9,1%, no primeiro semestre.

Investimentos. Após a freada brusca do consumo em 2013, quando o mercado interrompeu uma longa série de expansões expressivas - entre 2006 e 2012, o crescimento anual médio do segmento foi de 6,5% -, as indústrias precisarão de mais indicativos para fazer investimentos expressivos. "Essas flutuações são nocivas aos investimentos", diz Petroni.

Por enquanto, diz o representante da categoria, a ordem no setor é manter a estrutura enxuta e a equipe preparada para oportunidades que surgirem. Petroni diz que isso ocorre porque a variação da renda disponível e do endividamento da população tem influência direta - e rápida - no comportamento das vendas.

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Ou seja: se tem um dinheiro a mais sobrando no fim do mês, a avaliação da CervBrasil é que o consumidor está disposto a gastar em cerveja.

A entidade espera que a expansão do setor cervejeiro em reais acompanhe o crescimento em volume. Isso ocorreria, segundo Petroni, porque o setor de cervejas premium, embora apresente crescimento, ainda tenha uma participação relativamente pequena no mercado.

Além disso, diz ele, os preços do produto acompanharam de perto o comportamento do Índice Geral de Preços ao Consumidor (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar das altas de impostos para a bebida em abril e outubro.

Refrigerantes. A produção de refrigerantes, que sofre uma crise mais longa, com queda de produção desde 2012, mostrava uma pequena evolução de 1,7% quando considerado o volume acumulado entre janeiro e novembro de 2014, na comparação com o mesmo período de 2013. Os resultados mais expressivos de ganhos de produção, segundo o sistema Sicobe, não foram percebidos nos meses da Copa, mas em outubro (10,57%) e novembro (6,34%).

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