SÃO PAULO - A produção brasileira de etanol pode chegar a 28 bilhões de litros na safra 2013/2014, segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O volume representa crescimento de 21% em relação à safra anterior. A estimativa foi feita após a confirmação de incentivos do governo federal de R$ 1 bilhão em desonerações fiscais para o setor.
Antes do anúncio das medidas de incentivo, a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) estimava avanço de pelo menos 13% nesta safra.
Os principais motivos para o otimismo eram justamente a renúncia fiscal e a possibilidade de elevação da mistura de etanol à gasolina, de 20% para 25%. As duas medidas foram confirmadas nesta terça-feira.
Os grandes saltos de produção de etanol entre as safras 2000/2001 e 2010/2011 minguaram nos últimos anos. Empresários do setor culpam a falta de competitividade do etanol ante a gasolina, cujos preços começaram a ser achatados pelo governo federal em 2005.
A quebra de produção de etanol na temporada 2010/2011 foi de 17%.
Como tem 70% do poder energético da gasolina, o etanol precisa ter preço 30% inferior para ser competitivo. Portanto, sempre que os preços do etanol na bomba ultrapassam o nível de 70% do preço da gasolina, boa parte dos consumidores tende a substituí-lo pela gasolina. E, como 40% da frota nacional é de carros flex, a troca pode ser feita sem problemas.
A indústria sucroalcooleira do Brasil se concentra no Nordeste e, principalmente, no Centro-Sul. Na última safra, a região que compreende Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo foi responsável por 90% do etanol nacional. (Colaborou Célia Froufe, da Agência Estado)