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Produção de flores emprega, em média, 2 vezes mais que agropecuária

Por Agencia Estado
Atualização:

O IBGE lançou hoje um "levantamento inédito" sobre a produção de flores e plantas ornamentais no Brasil, que indica que essa atividade emprega, em média, duas vezes mais trabalhadores do que a agropecuária nacional, predomina em propriedades com menos de 10 hectares e tem grande potencial exportador. O levantamento, que foi realizado com base no centro agropecuário 1995-1996, revelou também que entre 1995 e 1996, havia 7.561 propriedades, arrendamentos, parcerias ou ocupações rurais no País que, entre agosto de 1995 e julho de 1996, faturaram R$ 311,12 milhões, dos quais R$ 188,11 milhões vieram da produção de flores e plantas ornamentais em seus 434.935 hectares de área total. Os 4.631.404 estabelecimentos rurais estudados estão agrupados segundo a área, a condição do produtor (proprietário, arrendatário, parceiro ou ocupante), insumos utilizados, receitas, despesas, investimentos, mão-de-obra etc. O estudo detectou 2.963 estabelecimentos rurais totalizando 72.488 hectares, cuja atividade principal era a produção de flores e plantas ornamentais. Entre eles, as pequenas propriedades predominavam: a maioria (1.941) tinha menos de 10 hectares; outros 916 tinham entre 10 e menos de cem hectares e apenas oito tinham entre mil e menos de 10 mil hectares. Esses mesmos 2.963 estabelecimentos empregavam 21.844 pessoas. Os menores ocupavam mais: 10.014 pessoas trabalhavam em propriedades com menos de dez hectares e 10.430 naquelas com entre dez e cem hectares. Em média, havia 7,4 pessoas trabalhando por estabelecimento, o dobro da média observada na agropecuária brasileira como um todo, que é de 3,7 pessoas. O estudo do IBGE desagrega o pessoal ocupado entre maiores e menores de 14 anos, responsáveis e membros não remunerados das famílias, empregados permanentes e temporários, parceiros ou não e residentes no estabelecimento. Embora tenha sido foco de programas de incentivo, o setor ainda não dispõe de informações homogêneas, obtidas cientificamente, em nível nacional e de forma sistemática. Segundo o IBGE, o estudo visa preencher essa lacuna e comprovar a necessidade de um acompanhamento periódico do segmento. Potencial de crescimento O IBGE avalia, no documento de divulgação do estudo, que a diversidade climática e a beleza da flora brasileira, bem como a posição estratégica do País em relação ao mercado internacional concorrem para que, a custos relativamente baixos, essa atividade agrícola tenham um grande potencial de crescimento, principalmente em relação a outros países produtores. Prova disso, segundo o instituto, é que em 1997, a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais movimentou cerca de US$ 1 bilhão no Brasil. No entanto, em 2002, as exportações desses produtos atingiram US$ 14,9 milhões, ou menos de 5% da produção brasileira no período, estimada em US$ 350 milhões. A Colômbia, por exemplo, ainda segundo o documento, exporta anualmente US$ 550 milhões em flores e plantas ornamentais para os Estados Unidos, graças a programas subsidiados pelo próprio governo norte-americano, para incentivar a substituição de culturas ligadas ao narcotráfico.

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