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Produção de petróleo da Opep cresce em agosto com recuperação da Líbia

Aumento na produção deve compensar diminuição no Iraque onde refinarias foram fechadas devido à violência no país

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Por Redação
Atualização:
Refinaria na região do Curdistão, Iraque Foto: Azhar Rahim/Reuters

A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) subiu em agosto ante julho, revelou pesquisa da Reuters nesta quinta-feira, com a recuperação do crescimento da oferta da Líbia e com Angola e Irã aumentando o fornecimento, o que ajudou a superar queda da produção no Iraque.

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A pesquisa também constatou que a Arábia Saudita e outros principais produtores da Opep manteve produção estável em grande parte e não reduziram para sustentar os preços, que em agosto caíram para uma mínima de 14 meses, perto de 101 dólares por barril, ou para abrir espaço para a maior produção da Líbia.

A produção média da Opep foi de 30,15 milhões de barris por dia (bpd) em agosto, ante 30,06 milhões de bpd em julho, segundo a pesquisa com base em dados e informações de fontes de empresas de petróleo, Opep e consultorias.

Os 12 membros da Opep são responsáveis por um terço do petróleo do mundo. Em agosto, o maior aumento veio da Líbia, onde a oferta cresceu 100 mil bpd. Ainda assim, uma recuperação linear parece improvável, dizem analistas, devido ao conflito contínuo no país.

"Eu acho que isso vai continuar, mas muito devagar e com recuos", disse Carsten Fritsch, analista de commodities do Commerzbank em Frankfurt. "Não vai ser uma via de mão única."

Por enquanto, o aumento da Líbia, Angola e Irã tem colocado a produção da Opep acima da meta nominal de 30 milhões de bpd pelo segundo mês consecutivo. Interrupções involuntárias, como na Líbia, mantiveram a produção abaixo de 30 milhões de bpd em meses anteriores do ano.

Outro aumento significativo para agosto veio de Angola, onde houve quatro cargas de um novo fluxo operado pela Total, em comparação com nenhum volume em julho.

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A produção iraniana subiu em agosto, após alguns meses de vendas baixas, segundo a pesquisa, com exportações mais altas. A produção iraniana e as exportações têm aumentado desde o início do ano, na sequência de um abrandamento das sanções ocidentais contra o programa nuclear iraniano.

Os principais exportadores Arábia Saudita, Kuweit e os Emirados Árabes Unidos, mantiveram a oferta para o mercado em grande parte estável, disseram fontes da indústria. Na Arábia Saudita, um maior volume de petróleo nacional está queimando em usinas para compensar exportações menores, disseram eles.

Dos países com queda da produção, a maior, de 140 mil bpd, veio do Iraque por causa de uma queda nas exportações de petróleo de seus terminais do sul devido a atrasos climáticos.

Executivos iraquianos do setor de petróleo dizem que os campos do sul não foram afetados por combates em outras partes do país. Mas a violência atingiu o fornecimento do norte para Kirkuk e fechou a refinaria de Baiji, mantendo a produção de petróleo abaixo do potencial no Iraque.

A Opep não deve se reunir para rever a política de produção até novembro e uma queda nos preços --o Brent chegou a 101,07 dólares em 19 de agosto, uma mínima de 14 meses-- não tem causado preocupação, de acordo com representantes e ministros.

"A queda nos preços do petróleo se deve a flutuações sazonais e não vai durar", disse o ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, à agência de notícias iraniana Shana na terça-feira.

(Por Alex Lawler)

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((Tradução Redação Rio de Janeiro, 5521 2223-7104))

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