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Produção de roupas recua 7,9% no 1º semestre

Diminuição se deve à falta de inverno, importação crescente de produtos asiáticos, redução da renda dos consumidores e à crescente informalidade

Por Agencia Estado
Atualização:

O Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindivest) informou nesta quarta-feira que a produção de roupas caiu 7,9% no primeiro semestre de 2006 ante o mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o recuo acumulado na confecção é de 10%. Segundo o Instituto de Estudos de Marketing Industrial (Iemi), que realizou levantamento para a entidade, as razões para a diminuição da produção são falta de inverno, importação crescente de produtos asiáticos, redução da renda dos consumidores e a crescente informalidade - que afeta diretamente o setor, de mão-de-obra intensiva. "Foi um dos semestres mais fracos dos últimos anos para a indústria. Mas o comércio está vendendo bem. Ou seja, estamos perdendo mercado para os importados notadamente da China", diz Marcel Zelazny, presidente do Sindivest. A expectativa mais otimista para o fechamento das vendas da indústria do vestuário no ano é de crescimento zero em relação a 2005, o que pode ser conseguido com o desempenho do segundo semestre, habitualmente melhor para o setor por conta das festas de fim de ano. Ainda assim, o Sindivest acredita que se as importações da China a preços artificiais continuarem fortes, a queda na produção doméstica continuará e "a indústria entrará em colapso, com fechamento de empresas e demissões no final do ano." Nos primeiros sete meses do ano, a China respondeu por 59,2% das importações brasileiras de vestuário. De janeiro a julho de 2006, as importações do setor têxtil e de confecção subiram 39,4%, em valor, e 33,4% em volume, quando comparadas ao mesmo período de 2005. O aumento ocorreu em quase todos os segmentos da cadeia têxtil e de confecção, principalmente nos segmentos de maior valor agregado. Para Zelazny, a forma como vem sendo feita a fiscalização das importações de roupas nos portos é inadequada. "Os tecidos, matéria-prima, recebem luz vermelha (são sempre parados e vistoriados, muitas vezes até atrasando a produção de roupas da estação). Já as roupas prontas, passam com sinal verde pela Alfândega. Há algo de muito estranho nisso", reclama o empresário. "Os importados, o dólar baixo e a falta de inverno dão uma idéia da péssima situação em que se encontram as confecções brasileiras", completou.

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