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Produção de veículos tem queda de 31,6% em 2020, no pior resultado em 17 anos

A entidade que representa as montadoras do País projeta um crescimento de 25% na produção de veículos este ano

Foto do author Eduardo Laguna
Foto do author Thaís Barcellos
Por Eduardo Laguna (Broadcast) e Thaís Barcellos (Broadcast)
Atualização:

Com 2,01 milhões de veículos montados, uma queda de 31,6% em relação a 2019, as montadoras tiveram em 2020 a produção mais baixa em 17 anos.

O mês de dezembro foi, porém, positivo, com crescimento de 22,8% em relação ao mesmo período de 2019, chegando a 209,3 mil veículos. Na comparação com novembro, a produção teve queda de 12,1%. Os números, que englobam carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram divulgados nesta sexta-feira, 8, pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no País.

As montadoras tiveram em 2020 a produção mais baixa em 17 anos. Foto: Clayton de Souza/AE

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A parada de produção no início da pandemia, com desligamento por completo do parque automotivo em abril, pesou no resultado de 2020. O desempenho negativo também tem, contudo, outros ingredientes, como a falta de peças e as restrições trazidas por protocolos de prevenção nas fábricas, que impediram uma arrancada mais forte das linhas de montagem após a demanda responder positivamente nos meses seguintes à reabertura das concessionárias com a flexibilização das quarentenas.

Ao comentar o resultado do ano passado, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse que, considerando o padrão de 2020, os volumes de dezembro foram fortes e resultaram de um esforço da indústria em compensar com horas extras e, em alguns casos, cancelamento de férias coletivas os atrasos causados pela insuficiência de insumos.

Desagregando o resultado de 2020 por categoria, a produção de carros de passeio e utilitários leves teve queda de 32,1%, para 1,9 milhão, enquanto a fabricação de caminhões recuou 19,9%, num total de 10,5 mil, e a de ônibus cedeu 33,5%, totalizando 1 mil.

O balanço da Anfavea revela ainda que indústria automotiva eliminou 5,06 mil vagas de trabalho no ano passado. O setor fechou 2020 empregando 120,5 mil trabalhadores, com corte de 213 vagas apenas em dezembro.

Para 2021, a entidade projeta um crescimento de 15% do mercado de veículos. Se a previsão for confirmada, o consumo de veículos no País vai chegar a 2,37 milhões de unidades até o fim de dezembro.

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Em 2019, antes do coronavírus, a indústria automotiva vendeu 2,79 milhões de veículos, um número que, conforme executivos de montadoras, só deve ser repetido em 2023.

Com a retomada do crescimento tanto do mercado doméstico quanto das exportações, a produção das montadoras deve subir 25% neste ano, chegando a um total de 2,52 milhões de veículos. O presidente da Anfavea destacou que, nesse patamar, a indústria automotiva vai usar apenas metade de sua capacidade instalada, de 5 milhões de veículos por ano.

Segundo Moraes, as projeções são conservadoras em razão das incertezas deste ano. Como exemplo, ele disse não saber quais serão as restrições a serem anunciadas pelo governo de São Paulo no combate ao repique da pandemia.

A premissa das previsões da Anfavea é de um crescimento de 3,5% da economia brasileira em 2021 e disponibilidade de crédito a prazos e taxas “favoráveis”.

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Exportações têm queda de 24,3%

Diante da paralisação provocada pela pandemia e da crise na Argentina, principal destino no exterior dos automóveis produzidos no Brasil, as exportações de veículos caíram 24,3% em 2020. Os embarques totalizaram 324,3 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, segundo balanço da Anfavea.

Foi o menor volume vendido pela indústria automotiva a mercados internacionais em 18 anos. No mês passado isoladamente, os embarques, um total de 38,4 mil veículos, tiveram queda de 12,7% na comparação com novembro, mas alta de 32,4% frente a dezembro de 2019.

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Conforme o levantamento da Anfavea, a indústria automotiva faturou US$ 7,4 bilhões com exportações no ano passado, cifra que, além dos veículos, inclui os embarques de peças, motores e veículos desmontados pelas montadoras, além das vendas ao exterior das fábricas de tratores agrícolas, também associadas à Anfavea. O montante representa uma redução de 24,6% em relação ao número de 2019.

Só em dezembro, o faturamento com exportações teve crescimento de 6,3% frente a novembro. Na comparação com dezembro de 2019, a alta foi de 28,8%.

Vendas têm recuo de 26,2%

As vendas de veículos novos no Brasil somaram 2,06 milhões de unidades no ano passando, marcando queda de 26,2% na comparação com o resultado de 2019. Só em dezembro, quando foram vendidos 244 mil veículos, o maior volume mensal de 2020, os emplacamentos subiram 8,4% em relação a novembro. 

No comparativo com dezembro de 2019, porém, houve queda de 7,1%, segundo balanço divulgado hoje pela Anfavea, a entidade que representa a indústria nacional de veículos.

Por categoria, as vendas de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, somaram 1,95 milhão de unidades no ano passado, uma queda de 26,7%. Já as vendas de caminhões (89,7 mil) e ônibus (13,9 mil) recuaram, respectivamente, 11,5% e 33,4%.