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Produção industrial cai 0,3% em julho ante junho, aponta IBGE

Em relação a julho de 2018, o indicador recuou em 2,5%, de acordo com o instituto

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A produção industrial recuou 0,3% na passagem de junho para julho, acumulando uma perda de 1,2% apenas nos últimos três meses de quedas, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Com as perdas recentes, a indústria brasileira voltou a operar no mesmo patamar de uma década atrás, em nível semelhante ao de janeiro de 2009, época da crise econômica internacional.

“O setor industrial teve uma perda importante naquele período. O que a gente produz hoje é suficiente para atender a demanda existente dez anos atrás”, resumiu André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

O resultado surpreendeu analistas do mercado financeiro, que esperavam um crescimento de 0,45%, segundo a previsão mediana obtida pelo Projeções Broadcast. Nem a demanda doméstica nem o setor externo estão favorecendo o desempenho da produção industrial no País, disse Macedo.

“Essa terceira queda seguida sugere que o setor industrial está bem longe de alguma tendência de recuperação”, avaliou o coordenador do IBGE. “Observando algumas estatísticas que tentam mensurar o nível de estoques, alguns setores estão com níveis de estoques elevados. Pode ter ocorrido algum tipo de aceleração da produção em meses anteriores, e depois um freio de arrumação. Acaba sendo um dado importante, já que nossa demanda doméstica não tem conseguido absorver essa maior produção”, acrescentou.

A pesquisa da CNI indica ainda que a queda de confiança é generalizada entre as regiões geográficas do Brasil Foto: Alex Silva/Estadão

O pesquisador menciona como entraves ao escoamento da produção industrial o mercado de trabalho ainda em dificuldades, com elevado patamar de desempregados e subutilizados; a renda do trabalho sem crescimento; e o ambiente de incerteza adiando decisões de consumo por parte das famílias.

“(Esses fatores) Nos ajudam a entender porque a produção industrial mostra menos intensidade. Adicionalmente, tem toda uma leitura de cenário externo não favorável”, disse Macedo.

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A indústria registrou perdas na produção em 11 das 26 atividades pesquisadas na passagem de junho para julho. As principais influências negativas foram de outros produtos químicos (-2,6%), bebidas (-4,0%) e produtos alimentícios (-1,0%).

“Alimentos vem com característica adicional que é o terceiro mês seguido de queda na produção. Isso tem relação com açúcar. Tem uma mudança no processamento de cana de açúcar, que direciona a maior parte da cana para o etanol do que para o açúcar. Isso traz impactos negativos para o setor de alimentos”, observou Macedo.

Outras contribuições negativas relevantes foram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,3%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,6%).

Na direção oposta, as indústrias extrativas tiveram crescimento de 6,0% em julho ante junho, a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando uma expansão de 18,5% no período. Nos quatro meses anteriores, porém, houve queda na produção, quando as extrativas acumularam uma perda de 24,5%.

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