Publicidade

Produção industrial cai no quarto trimestre de 2006

Segundo a Sondagem Industrial da CNI, queda foi leve, de 53,2 para 52,8 pontos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Sondagem Industrial relativa ao quatro trimestre de 2006 mostra leve piora no indicador de produção em relação ao terceiro trimestre, embora o índice se mantenha positivo. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de produção atingiu 52,8 pontos no quarto trimestre do ano passado, ante 53,2 pontos no terceiro trimestre. O indicador, no entanto, é melhor do que o do quarto trimestre de 2005, quando atingiu 50,8 pontos. A produção no quatro trimestre foi mais intensa entre as pequenas e médias empresas do que entre as de grande porte. Os dados da CNI mostram também que houve uma estabilidade nos dados de faturamento e emprego no quarto trimestre ante o terceiro, atingindo 53 pontos e 50,1 pontos, respectivamente. O nível de utilização da capacidade instalada atingiu 75% no quatro trimestre de 2006 ante 73% no terceiro trimestre. A Sondagem Industrial também mostra que os níveis de estoques se ajustaram ao nível planejado tanto para as grandes como para as pequenas e médias empresas. O indicador atingiu 50,6 pontos no quarto trimestre. A metodologia adotada pela CNI na Sondagem Industrial leva em conta um indicador que varia de zero a 100 pontos. Os valores acima de 50 pontos indicam evolução positiva ou estoques acima do planejado. Valores abaixo de 50 pontos indicam uma evolução negativa. Expectativa A sondagem industrial relativa ao quarto trimestre de 2006 mostra que, apesar das melhores condições da economia, não houve registro de mudanças substanciais nas expectativas dos empresários para o primeiro semestre de 2007. Segundo a pesquisa, os industriais iniciam o ano com expectativas similares às do início de 2006. No entanto, em relação às expectativas detectadas na pesquisa do terceiro trimestre, houve uma melhora nos indicadores. O índice relativo à evolução do faturamento subiu de 53,9 pontos no terceiro trimestre para 55,2 pontos na pesquisa do quarto trimestre. O índice de expectativas quanto à evolução das exportações nos próximos seis meses subiu de 46,9 pontos para 51 pontos. O indicador não ficava acima dos 50 pontos, segundo a CNI, desde abril de 2005. Em relação às expectativas para compra de matéria-prima nos próximos seis meses, o indicador passou de 51 pontos no terceiro trimestre para 53,5 pontos no quatro trimestre. Enquanto que a expectativa de geração de empregos passou de 48,7 pontos para 49,9 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam expectativas positivas enquanto que abaixo desse nível significam expectativas negativas. Carga tributária As elevadas taxas de juros perderam importância no ranking dos principais problemas apontados por empresários da indústria de transformação, segundo a sondagem. O gerente-executivo da Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, economista Renato da Fonseca, avalia que o resultado da pesquisa reflete a queda da taxa básica de juros, a Selic (atualmente em 13% ao ano) ao longo de todo o ano passado. Entre as pequenas e médias empresas, o item caiu uma posição e ficou em terceiro lugar no ranking. Já entre as grandes, perdeu duas posições e passou para o quarto lugar. Na comparação com o quarto trimestre de 2005, recuou de 41% para 34% o número de pequenas e médias empresas que apontaram a taxas de juros como principal problema. Entre as de grande porte, o índice passou de 48% para 37%. A alta carga tributária continua liderando o ranking como o principal entrave para a indústria. Entre as grandes companhias, o porcentual de empresários que assinalaram este item subiu de 66% no quarto trimestre de 2005 para 69% no último trimestre de 2006. A taxa cambial continua sendo o segundo maior problema para as grandes empresas. Avançaram de 46% para 49% as indicações de que a valorização do real frente ao dólar é um dos principais problemas enfrentados pelo setor. Para as pequenas e médias empresas, a taxa de câmbio ocupa a sexta posição na lista, tendo em vista um porcentual menor de exportadores entre essas empresas em relação às de grande porte. Matéria alterada às 15h03 para acréscimo de informações

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.