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Produção industrial da China recua 13,5% no primeiro bimestre

Resultado é o pior da série histórica para o período, e representa uma forte reversão do crescimento registrado em dezembro, de 6,9%

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Por Redação
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PEQUIM - A produção industrial da China despencou no ritmo mais forte em três décadas nos dois primeiros meses do ano, uma vez que o coronavírus e as severas medidas de restrição afetaram a segunda maior economia do mundo. O investimento urbano e as vendas no varejo também caíram acentuadamente e pela primeira vez, alimentando visões de que a economia da China provavelmente estagnou ou mesmo contraiu no primeiro trimestre, e que autoridades precisarão fazer mais para ressuscitar a atividade.

O surto de coronavírus na China impede uma das fábricas de casacos do país a continuar sua produção normal. A demanda agora é por roupas de proteção contra o Covid-19 Foto: Noel Celis/AFP

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A produção industrial despencou 13,5% no bimestre janeiro-fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior, mostraram nesta segunda-feira, 16, dados da Agência Nacional de Estatísticas. Essa foi a leitura mais fraca desde janeiro de 1990, quando os registros da Reuters começaram, e uma forte reversão do crescimento de 6,9% registrado em dezembro. 

Os números fracos levaram alguns analistas a reduzirem ainda mais suas estimativas para o desempenho econômico do primeiro trimestre, e podem também significar que Pequim precisa reavalir sua meta de expansão para 2020. A China ainda não divulgou publicamente sua meta, que seria normalmente anunciada no início da reunião anual do Parlamento. Ela estava marcada para 5 de março, mas foi adiada por conta do surto.

A agência de estatísticas disse em comunicado,  nesta segunda-feira, que o impacto do coronavírus é controlável e de curto prazo, e que as autoridades vão fortalecer as políticas pró-crescimento.  

O investimento caiu 24,5% em janeiro-fevereiro sobre o ano anterior, enquanto o investimento privado despencou 26,4%. As vendas no varejo encolheram 20,5%, uma vez que consumidores evitaram locais lotados.

A taxa de desemprego da China subiu a 6,3% em fevereiro, de 5,2% em dezembro, atingindo o nível mais alto desde que os registros oficiais começaram a ser publicados.

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