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Produção industrial deverá fechar trimestre com crescimento de 2%

No primeiro trimestre o avanço havia sido de 4,6%

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois do forte crescimento em maio, a produção industrial deverá encolher em junho, na comparação com o mês anterior. Uma estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a produção recuou 0,7% ante maio, descontados os efeitos sazonais. Em maio, a produção havia avançado 1,6% ante o mês imediatamente anterior. Na comparação com o ano passado, o mês deverá registrar crescimento de 1,2% - inferior ao crescimento de 4,8% de maio, na mesma base de comparação. Com isso, a produção industrial deverá fechar o segundo trimestre com um crescimento de 2% ante igual período do ano anterior, enquanto no primeiro trimestre o avanço havia sido de 4,6%. O Ipea projeta que a produção crescerá 4,5% este ano. Dentro dessa projeção, a expectativa de crescimento era de 3% na indústria no segundo semestre. Ainda que se confirme um crescimento abaixo do esperado em junho, o economista do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) Estêvão Kopschitz explica que ainda não é o caso de rever a taxa de crescimento industrial para o ano. "Não terá uma revisão oficial agora, não seria o caso", comentou. Ele reconhece, contudo, a taxa abaixo do esperado para o segundo trimestre pode significar que a variação de crescimento prevista para o ano possa estar superestimada. Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia indicado que a produção industrial deverá registrar resultado em junho menor do que a expansão de abril. O economista do Ipea comenta que as estatísticas de produção industrial estão sempre oscilando e que não há seqüências sempre de crescimentos ou quedas, principalmente na comparação com o mês anterior. Copa Kopschitz cita que os jogos do Brasil podem ter afetado a produção, já que três partidas foram em dias úteis e muitas empresas e lojas fecharam. A estimativa do Ipea é feita com base num modelo econômico que leva em conta três variáveis: a expedição de papel ondulado, a produção de automóveis e o despacho de energia. "De março para maio houve uma melhoria nas taxas de crescimento industrial e agora um recuo", resume o economista. As projeções da Mandarim Gestão de Ativos indicam uma queda entre 0,6% e 0,8% na produção industrial de junho, na comparação com o mês anterior. O economista-chefe da Mandarim, Eduardo Velho, explica que ocorreu desaceleração sobre uma taxa alta. "Essa retração não vai compensar o aumento que houve em maio. A perda não vai superar o ganho que houve no mês anterior", disse o economista, para quem o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá fazer um corte de 0,5% na próxima reunião, seguido de dois cortes sucessivos de 0,25%.

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