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Produção industrial reage nos EUA

Indústria cresce pela 1ª vez desde 2007 e preços têm maior queda desde 1950

Por Gustavo Chacra
Atualização:

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos caiu 2,1% em julho, ante o mesmo mês de 2008. Foi a maior queda desde 1950. Em relação a junho, o índice ficou estável, conforme informou ontem o Departamento do Trabalho. Também ontem, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) informou que a produção industrial no país cresceu 0,5%, a primeira expansão desde dezembro de 2007. Os dois resultados foram comemorados no país, que, segundo o Fed, aos poucos sai da recessão, apesar de a "economia continuar enfraquecida". Sem a pressão inflacionária no curto prazo, o banco central ganha espaço para manter a taxa de juros na margem de zero a 0,25%. O aumento na produção industrial indica que as empresas voltam a investir, prevendo um cenário econômico mais positivo nos próximos meses. De acordo com economistas e o próprio governo, a estabilidade nos preços ainda é resultado da baixa demanda. Os americanos adotaram um padrão de consumo mais baixo, preferindo poupar no período de crise. Além disso, o elevado índice de desemprego (9,4%) e o endividamento da população contribui para o baixo consumo. Segundo economistas, muitos americanos ainda buscam pagar as dívidas antes de voltar a consumir. Já a principal causa da deflação anual, além da baixa demanda, foi a redução dos preços da área de energia. Em julho de 2008, o barril de petróleo quebrava recordes e isso se refletia no custo dos combustíveis e, indiretamente, de produtos alimentícios. O baixo consumo já havia sido sinalizado na redução das vendas do varejo, segundo o Departamento do Comércio. O consumo correspondia, antes da crise, a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo analistas, a economia tem mostrado resultados melhores do que no início do ano por causa da elevação dos gastos governamentais, por meio de programas de estímulo criados pelo presidente Barack Obama. No longo prazo, a inflação pode ser um problema, "mas não é no curto prazo", disse, ao jornal The New York Times, Mickey Levy, economista-chefe do Bank of America. Essa dificuldade para reaquecer a economia americana contrasta com países europeus, como Alemanha e França, além de Brasil e China, que já apresentam sinais claros de que deixaram a recessão. MONTADORAS Já o aumento da produção industrial teve como principal fator o crescimento na fabricação de carros. Em uma taxa anualizada, as montadoras americanas produziram 5,9 milhões de unidades em julho, ante 4,1 milhões em junho. O setor automotivo sofreu inicialmente com a crise, com gigantes como a General Motors (GM) e a Chrysler pedindo concordata. Para reaquecer o mercado, o governo Obama lançou um programa no qual o governo paga aos revendedores um valor mínimo por carros usados na hora que os consumidores trocam por um zero, em uma espécie de subsídio.

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