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Produção industrial recua em dez regiões, diz IBGE

Por Agencia Estado
Atualização:

Dez das doze áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram desaceleração do ritmo produtivo industrial - verificada na pesquisa nacional entre dezembro (1,4%) e janeiro (0,5%). O fenômeno foi maior no Paraná (de 3,2% em dezembro para 1,0% em janeiro). As exceções foram o Espírito Santo, onde a atividade industrial manteve virtual estabilidade (de -0,3% para -0,2%), e a Bahia, onde a produção cresceu de 0,3% para 1,0%. Os outros locais pesquisados foram Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Região Nordeste e Região Sul. Metade dos doze locais pesquisados assinalaram taxas positivas no acumulado dos últimos doze meses, expandindo a produção acima da média da indústria brasileira (0,5%). A liderança continuou com a indústria catarinense (3,4%), seguida por São Paulo (1,4%), Paraná e Bahia (ambas com 1,0%), região Sul (0,9%) e Rio de Janeiro (0,8%). Houve queda da atividade industrial no Ceará (-8,4%), região Nordeste (-3,5%), Minas Gerais (-1,6%), Rio Grande do Sul (-1,4%), Pernambuco (-0,6%) e Espírito Santo (-0,2%). Janeiro apresentou desaceleração A produção industrial recuou em oito dos doze locais cobertos pela Pesquisa Industrial do IBGE, em janeiro deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo o IBGE, em janeiro de 2001, a atividade industrial estava aquecida na maioria dos locais pesquisados. As áreas que registraram aumento de produção este ano foram Espírito Santo (6,4%), Rio de Janeiro (3,9%), Bahia (4,4%) e Rio Grande do Sul (1,1%), impulsionadas pelas exportações (celulose e café solúvel no Espírito Santo e aves abatidas no Rio Grande do Sul) e pela boa performance dos setores de insumos energéticos (petróleo no Rio de Janeiro e derivados do petróleo na Bahia) e, ainda, máquinas agrícolas (RS). A região pesquisada com maior queda de produção foi Pernambuco, com -11,0% em relação a janeiro de 2001, devido à diminuição da produção de derivados da cana de açúcar, cuja safra está terminando mais cedo neste ano. As indústrias do Paraná (-8,4%), Ceará (-7,7%), região Nordeste (-6,3%), Minas Gerais (-5,1%) e São Paulo (-1,7,%) também tiveram taxas inferiores à média nacional, que foi de -1,3%. Já a região Sul igualou a média do país, enquanto Santa Catarina apontou ligeiro recuo (0,5%). Nestas duas áreas, influiu o desempenho negativo de produtos alimentares, metalúrgica e material elétrico e de comunicações. Indústria paulista continua perdendo dinamismo Em janeiro, a indústria paulista reduziu sua produção em 1,7%, em relação a janeiro de 2001. Foi a segunda queda consecutiva no confronto com igual mês do ano anterior. De acordo com o IBGE, isso se deve, em parte, ao fato de janeiro de 2001 ter tido um nível alto de atividade, sendo o segundo mais elevado mês de janeiro de toda a série de índices. O indicador acumulado nos últimos doze meses continua mostrando uma perda de dinamismo na atividade industrial paulista, ao passar de 2,4% em dezembro para 1,4% em janeiro. Comparando janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado, treze dos dezenove setores pesquisados reduziram a produção. As quedas nos setores de produtos alimentares (-15,8%) e mecânica (-9,3%) foram as que mais pressionaram o resultado global do Estado influenciados, principalmente, pela queda na fabricação de suco e concentrado de laranja e de transportadores mecânicos de correia ou esteira. Em sentido contrário, a indústria de material elétrico e de comunicações, com expansão de 13,2%, é a que responde pela maior contribuição positiva no resultado geral impulsionada, mais uma vez, pelo aumento na produção de baterias e acumuladores (o IBGE não inclui nesse grupo as baterias fabricadas para veículos). O indicador acumulado nos últimos doze meses se mantém em trajetória de queda, passando de 2,4% em dezembro para 1,4% em janeiro, mas neste tipo de comparação, a indústria paulista tem resultado superior ao observado no total do país. Para o movimento de desaceleração no ritmo produtivo assinalado entre os dois últimos meses contribuíram dezesseis setores, com destaque para o de mecânica, que passa de 4,8% em dezembro para 2,8% em janeiro. Indústria carioca cresce após 5 meses de queda A indústria do Rio de Janeiro aumentou sua produção em 3,9% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, informou o IBGE. Foi a primeira expansão, depois de cinco meses consecutivos de queda. A produção de janeiro não foi suficiente, porém, para reverter a trajetória de desaceleração no ritmo produtivo iniciada em maio do ano passado. Segundo o indicador acumulado nos últimos doze meses, o total da indústria passa de um acréscimo de 1,5% em dezembro para 0,8% em janeiro. Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor extrativo mineral, que incluiu petróleo, teve expansão de 11,4% em janeiro, foi o que determinou o crescimento global. A indústria de transformação, por sua vez, recuou 5,4% em relação a janeiro de 2001, em sua oitava queda consecutiva no confronto de um mês contra o mesmo mês do ano anterior. Na formação deste resultado, as maiores pressões foram exercidas pelos setores químico (-11,0%) e de material elétrico e de comunicações (-38,8%) influenciados, em grande parte, pelas reduções nos itens tintas a base de óleo e fio, cabo e condutor de cobre. Do lado positivo, entre os quatro subsetores que ampliam a produção, o metalúrgico (10,0%) impulsionado, principalmente, pela maior produção de bobinas e chapas grossas de aço comum, responde pela maior contribuição positiva na composição do resultado da indústria de transformação. Segundo o indicador acumulado nos últimos doze meses, conforme mencionado anteriormente, a atividade industrial permanece em trajetória declinante. Este comportamento é acompanhado tanto pela indústria de transformação, que passa de -3,1% em dezembro para -4,3% em janeiro, como pela extrativa mineral (de 5,8% para 5,4%).

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