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Produção industrial surpreende e afasta idéia de recessão

No mercado, a expectativa era de um crescimento da produção industrial de 1,1% sobre abril do ano passado. E o crescimento foi de 6%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os dados sobre a produção industrial no mês de abril surpreenderam e passaram a ser um indicador de que a economia brasileira está longe de estar passando por uma recessão. A produção da indústria em abril cresceu 4,1% em relação a março, pelo critério dessazonalizado, e 6% sobre abril de 2001. No mercado, a expectativa era de um crescimento de 1,1% sobre abril do ano passado. O BBV Banco, segundo o economista Fernando Honorato Barbosa, projetava um crescimento de 2%. "Esse crescimento da atividade industrial corrobora a idéia contida na última ata do Copom de que o nível de atividade, ainda que apresente sinais de arrefecimento, está longe de ser caracterizado como uma recessão", diz Barbosa. Segundo ele, o próprio crescimento de 1,34% do PIB no primeiro trimestre aponta para esta direção. O economista lembra que a produção da indústria começou a cair significativamente a partir de maio do ano passado com o racionamento energético. "Portanto, daqui para frente a indústria deverá exibir taxas de crescimento mais elevadas sempre que comparadas com as taxas do ano passado", diz Barbosa. Esta não é a mesma opinião da economista Carla de Castro Bernardes, do Banco Modal. Segundo ela, os números de abril não traçam uma tendência de crescimento para maio. O mês de abril este ano, diz a economista, teve um número maior de dias úteis que março e abril do ano passado. Isso porque a Semana Santa que normalmente ocorre em abril, este ano ocorreu em março. Além disso, alguns indicadores antecedentes de atividade já estão dando mostras de uma queda da produção no mês de maio. Carla Bernardes cita como exemplo a produção da indústria automotiva, um dos mais importantes termômetros econômicos, que fechou o mês de maio com uma queda de 5,3% em relação a abril. Fernando Barbosa, do BBV Banco, pondera, portanto, que o crescimento esperado para maio e para o resto do ano não será forte por causa de alguns entraves como os altos juros reais e a fraca massa de rendimentos. "Nossa expectativa continua sendo de um crescimento de 2% para a produção industrial neste ano", diz. Por outro lado, estas mesmas restrições deverão impedir que haja uma eventual pressão sobre os preços mais à frente, o que mantém ainda a expectativa do BBV em relação a um corte na taxa de juros na reunião deste mês do Copom.

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