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Produção industrial tem 8ª alta consecutiva em agosto, diz IBGE

Atividade no setor sobe 1,2% ante julho, mas acumula queda de 12,1% nos oito primeiros meses do ano

Por Jacqueline Farid e da Agência Estado
Atualização:

A produção industrial subiu 1,2% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou nesta sexta-feira, 2, o IBGE. O resultado, a oitava alta consecutiva, veio dentro do intervalo das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (de zero a 2,00%), mas acima da mediana, de 0,85%. Na comparação com agosto do ano passado, a produção caiu 7,2%, também dentro das estimativas, que variavam de -8,90% a -6,00%, e perto da mediana, de -7,50%. A produção da indústria acumula quedas de 12,1% no ano e de 8,9% em 12 meses.

 

 

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A atividade fabril foi a primeira a assimilar o golpe desferido pela crise econômica mundial por meio da redução das operações bancárias de crédito e está sendo também o setor que está respondendo de forma atrasada aos sinais de recuperação da economia.

 

Segundo o IBGE, a queda acumulada de 12,1% na produção de janeiro a agosto é a maior para o período desde o início da série iniciada em 1991. Ainda de acordo com o instituto, mesmo com o aumento acumulado de 13,5% na produção em agosto ante dezembro do ano passado, a produção do setor ainda é 10,2% menor do que setembro do ano passado,mês em que foi registrado o ultimo patamar recorde de produção do setor.

 

Bens duráveis

 

O aumento na produção industrial em agosto foi puxado especialmente pelas categorias de bens duráveis e bens intermediários e "confirma que o processo de recuperação da indústria continua", segundo observou a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes. O resultado de agosto representou o oitavo aumento consecutivo ante mês anterior apurado pela pesquisa, o que não ocorria desde 2004. Ela destacou também que houve uma redução no ritmo de queda da produção comparativamente a igual mês do ano anterior e o recuo de 7,2% observado em agosto de 2009 ante agosto de 2008 - a décima taxa negativa consecutiva nessa base de comparação - consistiu na queda de menor magnitude desde novembro do ano passado, em base interanual. De acordo com Isabella, com o resultado de agosto deste ano a produção da indústria acumula um aumento de 13,5% ante dezembro do ano passado, auge dos efeitos da crise sobre o setor. Segundo Isabella, "o padrão de crescimento em 2009 (na série com ajuste sazonal) se dá muito sobre os bens duráveis e os intermediários". Ela explicou que os bens duráveis foram beneficiados pelas desonerações de impostos promovidas pelo governo e os intermediários também estão sendo impulsionados pelo mercado interno, já que as exportações continuam contribuindo negativamente para o desempenho dessa categoria.

 

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Bens de capital

A produção de bens de capital, que sinaliza o desempenho dos investimentos, aumentou 0,4% em agosto ante julho, mas prosseguiu em queda na comparação com igual mês do ano anterior, com recuo de 22,3% ante agosto de 2008. Todas as categorias de uso pesquisadas pelo IBGE registraram expansão em agosto ante julho.

Além de bens de capital, houve alta em bens intermediários (0,7%); bens de consumo duráveis (3,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,6%). Porém, comparativamente a agosto do ano passado, todas as categorias registraram queda: bens intermediários (-8,1%); bens de consumo duráveis (-3,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,3%).

 

Média móvel

 

O índice de média móvel trimestral da produção industrial registrou alta de 1,3% no trimestre encerrado em agosto ante o terminado em julho. De acordo com os técnicos do instituto, no documento de divulgação da pesquisa, o índice "confirma a manutenção da tendência de expansão da atividade industrial, iniciada em janeiro".

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