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Produção industrial tem maior crescimento semestral em 4 anos

Puxada por veículos e máquinas, indústria brasileira cresceu 6,3% no período, a maior expansão desde 2004

Por Jacqueline Farid
Atualização:

A produção industrial brasileira acumulou alta de 6,3% no primeiro semestre de 2008, ante igual período de 2007. Trata-se da maior expansão para um primeiro semestre desde 2004, informou nesta sexta-feira, 1, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho ante maio, a produção cresceu 2,7%, na série com ajuste sazonal. Já no acumulado de 12 meses até junho, houve aumento de 6,7% - o mesmo resultado de maio. Segundo o coordenador de indústria do instituto, Silvio Sales, houve um espalhamento da expansão no primeiro semestre deste ano, com destaque para veículos automotores (18,4%, o maior impacto positivo para a indústria no período), seguido, em termos de impacto no crescimento total do setor, de máquinas e equipamentos (9,4%); outros equipamentos de transporte (33,1%); metalurgia básica (7,6%); indústrias extrativas (6,4%); outros produtos químicos (5,4%) e borracha e plástico (9,0%). Sales destaca também a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos), que mostra ampliação da capacidade produtiva da indústria. "O resultado do primeiro semestre confirmou o padrão de crescimento da indústria ao longo deste ano, com o maior dinamismo vindo dos setores produtores de bens de capital e de bens de consumo duráveis", disse. Segundo o IBGE, o patamar de produção atingido pela indústria em junho chegou a um nível recorde. O aumento de 2,7% apurado em junho ante maio foi o maior incremento ante mês anterior apurado desde os 3,5% observados em outubro de 2007. O pico de produção atingido em junho deste ano é 1,6% maior do que o nível atingido em outubro do ano passado, recorde de patamar da série até então. Segundo Sales, o crescimento da indústria foi sustentado pela demanda interna, que por sua vez foi puxada pelo aumento do crédito e o bom desempenho do mercado de trabalho e a expansão da massa salarial.   Bens de capital   Os resultados da produção de bens de capital em junho e no primeiro semestre "vão jogar a favor" da taxa de investimento - Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em relação ao PIB no segundo trimestre de 2008, segundo Silvio Sales. Segundo ele lembrou, os dados da FBCF vão ser impulsionados por bens de capital e também pela construção civil, que "vem mostrando uma arrancada" nos últimos meses. Ele destacou também que o forte crescimento da categoria de bens de capital no primeiro semestre (17,1%) ocorreu sobre uma base já muito elevada do primeiro semestre de 2007 (quando houve expansão de 16%). Ainda de acordo com Sales, os bens de capital vêm registrando um aumento generalizado de produção, o que torna "saudável" o atual ciclo de crescimento industrial. "Esses resultados mostram uma ampliação da oferta da indústria para atender à demanda", observou. Em junho, a produção de bens de capital cresceu 20,3% em relação a igual mês do ano passado e aumentou 7,7% ante maio, resultados bem acima dos apresentados na indústria em geral e nas demais categorias de uso. Tendência O índice de média móvel trimestral da produção da indústria, considerado o principal indicador de tendência, registrou aumento de 0,8% no trimestre encerrado em junho, ante o terminado em maio. Os técnicos do IBGE destacam no documento de divulgação da pesquisa que a expansão ocorreu "após ficar praticamente estável nos últimos dois meses". Silvio Sales disse que "é preciso esperar as estatísticas" para checar se a alta dos juros, que não teve impacto nos resultados industriais do primeiro semestre, vai afetar os dados do segundo semestre de 2008. "Expectativas empresariais divulgada ontem (pela Confederação Nacional da Indústria) mostram sinais de que alguns setores da indústria estariam com estoques acima do planejado, se isso se confirmar a produção pode desacelerar um pouco no segundo semestre", disse. Segundo ele, para que a indústria mantenha o patamar de crescimento em torno de 6% apurado nos dois trimestres deste ano e no primeiro semestre, será necessária uma aceleração nos resultados nos próximos meses, já que a base de comparação do segundo semestre do ano passado é muito elevada.

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