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Produção paulista cresce 1% puxada por automóveis

Pesquisa do IBGE mostra que indústria ainda acumula queda de 14,4% em relação a setembro de 2008

Por Jacqueline Farid
Atualização:

Impulsionada pelo setor automobilístico, a produção da indústria paulista cresceu 1% em abril em relação a março, a quarta alta consecutiva sobre mês anterior - resultado semelhante ao nacional, de 1,1% no mesmo período. Mesmo assim, a produção no Estado de São Paulo, que exerceu o principal impacto positivo no desempenho da indústria do País no período, ainda acumula queda expressiva, de 14,4%, em relação a setembro de 2008, último mês de bonança nos resultados industriais antes do agravamento da crise internacional. Além disso, a produção no Estado, responsável por mais de 40% da atividade do parque industrial brasileiro, caiu 15,4% no primeiro quadrimestre ante igual período do ano passado, o maior recuo em 18 anos. O economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo explicou que a produção de São Paulo ficou tão próxima da média nacional por causa do peso do segmento de veículos automotores, que puxou o resultado da indústria no País em abril. A fabricação de automóveis é um dos principais segmentos da indústria paulista. Em relatório sobre os dados do IBGE, os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) avaliam que "a evolução da produção industrial do País neste ano é praticamente uma fotografia do desempenho da indústria paulista". Para o Iedi, "esse padrão de São Paulo se faz presente na média geral devido, além do maior peso de sua indústria no total, à diversidade de seu parque industrial". São Paulo também deu a principal contribuição regional, mas em sentido negativo, para o resultado comparativo a abril do ano passado. Nesse confronto, a queda na indústria paulista foi de 16,2% - pior do que a média nacional, de -14,8% - e refletiu o desempenho negativo de 15 dos 20 ramos investigados, com destaque para máquinas e equipamentos (-36,5%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-60,3%) e veículos automotores (-23,5%). Por outro lado, alimentos (7,4%), outros equipamentos de transporte (16,3%) e refino de petróleo e produção de álcool (7,9%) tiveram os principais aumentos na indústria paulista ante igual mês do ano anterior. REGIÕES Dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram resultados positivos em abril ante março. Os destaques de alta ficaram com o Espírito Santo (7,1%), Goiás e Rio Grande do Sul (ambos com 2,3%) e Ceará (1,7%). Por outro lado, os destaques de queda na produção ante mês anterior ficaram com a Bahia (-11,0%), região Nordeste (-5,1%) e Amazonas (-5,0%). Em relação a abril de 2008 e no acumulado do primeiro quadrimestre, porém, houve queda na produção em todos os locais. Em relação a abril de 2008, os maiores recuos ocorreram no Espírito Santo (-26,7%) e Minas Gerais (-21,6%). Segundo André Macedo, os dados comparativos a iguais períodos do ano passado têm sido negativamente influenciados não apenas pela crise, mas também por uma base de comparação elevada e o efeito calendário, já que abril deste ano apresentou um dia útil a menos que no ano passado. FRASES Trechos de relatório elaborado por economistas do Iedi "A evolução da produção industrial do País neste ano é praticamente uma fotografia do desempenho da indústria paulista" "Esse padrão de São Paulo se faz presente na média geral devido, além do maior peso de sua indústria no total, à diversidade de seu parque industrial"

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