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Produtores de algodão e têxtil querem contestar protecionismo americano

Produtores prometem juntar forças para convencer o governo brasileiro a preparar mais uma ação de contestação do protecionismo agrícola dos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC)

Por Agencia Estado
Atualização:

Os produtores de algodão e os líderes da indústria têxtil prometem juntar forças para convencer o governo brasileiro a preparar mais uma ação de contestação do protecionismo agrícola dos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo já tem prontas ações contra os programas norte-americanos de subsídio da soja e as barreiras à importação de açúcar. A decisão final sobre a apresentação formal dessas queixas ainda não foi tomada em Brasília. "É preciso vontade política e nós vamos fazer pressão sobre o governo para que defenda os interesses do produtor brasileiro na OMC", disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Jorge Maeda. Ele foi a Washington para participar de uma conferência de dois dias, organizada pelo Banco Mundial, cujo tema foi ?Algodão e as Negociações sobre o Comércio Global?. O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil, Oscar Augusto Rache Ferreira, que também participou da reunião, disse que o setor participará da campanha de lobby. "Nós investimos US$ 8 bilhões para modernizar a indústria e hoje enfrentamos as conseqüências desse protecionismo nos EUA, que deprime os preços internacionais e pode provocar uma queda da produção de mais de 15% este ano no Brasil", disse Rache Ferreira. "A doença, o vírus, o mal com que o mercado internacional se depara tem um nome: chama-se subsídio agrícola", disse João Luiz Ribas Pessa, conselheiro da Abrapa, em discurso que fez hoje na conferência. O secretário do ministério da Agricultura, Pedro Camargo Neto, que representou o ministro Marcos Vinicius Pratini de Moraes no encontro, disse que a recém aprovada Lei Agrícola americana "piorou muito um programa de subsídios que já era ruim". Este ano, Washington deve desembolsar US$ 3,6 bilhões aos plantadores americanos de algodão. "Como maior exportador, este país precisa compreender que o que é aprovado em Washington tem extensas conseqüências fora dos EUA", disse ele. "Algodão que atinge o mercado internacional apenas por causa de subsídios, a um preço que nada tem a ver com os custos de produção, contribui também para a inqueitação social - a imensa riqueza do mundo desenvolvido não poder ser usado para criar pobreza nos países em desenvolvimento". A denúncia do programa de subsídios americanos ao algodão foi reiterada por praticamente todos os países representados na conferência - principalmente os da África, que dependem crucialmente da exportação da commodity.

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