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Produtores rurais bloqueiam principais rodovias do MT

Manifestantes permitiram apenas a passagem de automóveis de passeio, ambulâncias e ônibus

Por Agencia Estado
Atualização:

As principais rodovias federais em Mato Grosso que dão acesso às regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do País foram bloqueadas parcialmente nesta terça-feira por produtores rurais, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Houve bloqueios em 13 pontos das BRs-163, 364, 158 e 70. A estratégia foi barrar o transporte de grãos, fibras, carnes, insumos e fertilizantes. Os manifestantes permitiram apenas a passagem de automóveis de passeio, ambulâncias e ônibus. Em Cuiabá, cerca de 500 representantes da indústria, comércio, transportes e estudantes fizeram uma passeata em apoio aos agricultores. Em Rondonópolis, os produtores agrícolas queimaram uma colheitadeira, fardos de rejeito de algodão e pneus velhos, além de bloquearem a BR-163, que dá acesso a Campo Grande e São Paulo, e a BR-364, que dá acesso à Ferronorte e a Goiás. No Estado, os pecuaristas também engrossaram o protesto e fecharam 18 unidades do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) em Mato Grosso, incluindo a sede de Cuiabá instalada na Associação dos Criadores do Estado de Mato Grosso (Acrimat), para impedir a Guia de Transporte Animal (GTA). Há três semanas, os agricultores iniciaram no Mato Grosso o protesto denominado "Grito do Ipiranga" - no município homônimo - contra o dólar baixo, o alto preço do diesel e o mau estado das estradas. Além disso, eles pedem uma reestruturação de seu endividamento com o Banco do Brasil, tradings e fornecedores de insumos. Crise O governador Blairo Maggi disse que a crise do agronegócio brasileiro não é apenas econômica, mas também político-eleitoral. Segundo ele, o governo federal praticou uma política cambial deliberada de desvalorização do dólar, fazendo com que o real se valorizasse de "forma ilusória", o que refletiu diretamente na atividade agrícola, fazendo com que os produtores rurais perdessem mais de 100% da renda. Maggi considera legítimo o movimento, porque é uma forma de alerta à sociedade em geral para este problema. "As pessoas que moram nas cidades precisam saber dos problemas que o campo enfrenta, porque mais cedo ou mais tarde elas também serão atingidas", disse ele, que liderou em Brasília reunião com 10 governadores de Estados das regiões produtoras para cobrar do governo federal novas medidas de apoio ao agronegócio.

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