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Produtos alimentícios ajudaram a segurar IPCA

Por Agencia Estado
Atualização:

Os produtos alimentícios ajudaram a conter a inflação medida pelo IPCA em janeiro, apesar de os aumentos de preços serem "ainda expressivos", segundo destacou a gerente do Sistema de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Os alimentos subiram 2,15% em janeiro, ante 3,91% em dezembro e após atingir o pico de 5,85% em novembro do ano passado. O pão francês, por exemplo, que vinha sofrendo forte impacto da alta do dólar, registrou variação de -0,23% em janeiro, ante 1,32% em dezembro e 7,23% em novembro. A farinha de trigo, também sob forte impacto do dólar há vários meses, apresentou queda de 2,23% nos preços em janeiro, ante alta de 2,06% em dezembro e 15,17% em novembro. Eulina salientou que apesar da redução no ritmo de reajustes dos alimentícios, eles ainda estão "contaminados pela alta do dólar do ano passado" e apresentaram uma contribuição de 0,51 ponto porcentual para o IPCA de 2,25% em janeiro. A gasolina, com reajuste de 8,82% em janeiro, representou a maior contribuição individual para o IPCA do mês (0,39 ponto porcentual), como resultado do aumento de 12,8% em vigor nas refinarias desde o final de dezembro do ano passado. A gerente do Sistema de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, disse que ainda haverá "algum efeito" da gasolina no IPCA de fevereiro, já que haverá um novo pequeno reajuste, de R$ 0,03 a vigorar a partir do próximo domingo em alguns Estados. "Não é possível saber se já captamos integralmente os aumentos da gasolina de dezembro para o consumidor", disse. Houve reajustes também, no IPCA de janeiro, no álcool combustível (5,96%) em conseqüência de reajustes praticados pelos usineiros; no óleo diesel (11,88%) por causa do aumento de 11,3% nas refinarias no final de dezembro e no gás de cozinha (4,55%), refletindo o reajuste de 7,12% também em 29 de dezembro. As demais pressões sobre a inflação do mês foram exercidas pelos ônibus urbanos (4,99%, o segundo item de pressão para elevação da taxa); energia elétrica (2,73% por causa de aumentos ocorridos no Rio de Janeiro e Brasília); ônibus intermunicipais (7,18%), remédios (2,26%) e cigarros (3,18%). Houve aumentos também em itens como cartório (17%), livro didático (3,68%), cinema (3,57%) e táxi (2,47%). Educação e Transporte pressionarão IPCA de fevereiro A inflação de fevereiro sofrerá pressão de vários itens de peso no IPCA, segundo alertou Eulina. A taxa do mês será pressionada especialmente pelos reajustes dos ônibus urbanos em várias capitais, que não foram integralmente capitados em janeiro, e do item Educação, pressionado pelos reajustes das mensalidades escolares. "O IPCA em fevereiro ainda vai apropriar resultados altos de reajustes importantes e também sofrerá algum resquício da pressão passada do dólar e dos próprios índices de inflação anteriores", disse Eulina. A taxa de fevereiro sofrerá impacto também dos reajustes nas ligações de telefone fixo para celular e do aumento nas tarifas de telefonia celular. No caso dos alimentos, a expectativa de Eulina é de nova desaceleração nos preços em consequência da entrada da safra agrícola.

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