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Proex desembolsou 46% a mais no 1º semestre

Programa liberou R$ 286 milhões de janeiro a julho deste ano, diz o BB, mas valores ainda são baixos se comparados ao orçamento de R$ 1,2 bi

Por Renata Veríssimo e BRASÍLIA
Atualização:

O Programa de Financiamento às Exportações (Proex) desembolsou no primeiro semestre deste ano R$ 286,4 milhões, 46% a mais que os valores liberados no primeiro semestre de 2008, segundo os dados antecipados pelo Banco do Brasil à Agência Estado. De janeiro a junho de 2008, quando a economia crescia a um ritmo maior que 5%, foram desembolsados R$ 196 milhões. Os valores liberados em 2009, no entanto, ainda são muito baixos se comparados ao orçamento do Proex-financiamento para este ano, de R$ 1,2 bilhão. Desde 2003, quando passou a ser um programa voltado para micro e pequenas empresas, os desembolsos nunca atingiram a totalidade do orçamento anual. Apesar da melhora no primeiro semestre, o Banco do Brasil - que administra os recursos do Proex - informou que o resultado foi afetado pelos reflexos da crise financeira internacional, mesmo que de forma menos acentuada que no último trimestre de 2008, quando ocorreu o momento mais grave da crise. Para o BB, o aumento nos desembolsos é reflexo de duas medidas adotadas para garantir mais crédito ao exportador diante da retração de demanda mundial. Com a falta de crédito no mercado nacional e internacional, desde setembro do ano passado, e a dificuldade em gastar todos os recursos, o governo decidiu ampliar o acesso das empresas ao Proex, que opera com recursos do Tesouro. No fim de 2008, ampliou de R$ 150 milhões para R$ 300 milhões o limite de faturamento bruto anual para que as empresas exportadoras pudessem solicitar o financiamento. No início deste ano, o valor foi elevado para R$ 600 milhões já que cerca de 30% do orçamento do Programa para 2008 não havia sido liberado. As empresas também foram dispensadas de apresentar documentos certificando que estavam em dia com o recolhimento de impostos e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para tentar garantir a execução de todo o programa, o governo deve criar este mês uma nova modalidade de Proex: o pré-embarque. O novo mecanismo atenderá micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 60 milhões. As empresas poderão receber o financiamento até 180 dias antes do embarque das vendas externas. Atualmente o Proex só financia a comercialização das exportações já embarcadas. A nova modalidade de Proex deve ser aprovada na reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex) no dia 26 de agosto, conforme antecipou à Agência Estado a secretária executiva do órgão, Lytha Spíndola. As empresas, após realizarem a exportação, poderão solicitar a linha de crédito do pós-embarque e quitar o financiamento do pré-embarque. Inicialmente serão atendidas apenas as empresas de pequeno porte para testar o mercado. O acesso à linha de pré-embarque do Proex será ampliado gradativamente. O Banco do Brasil espera que a procura das empresas pelos recursos do Proex cresça até o fim deste ano .

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