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Profissionais de mídia têm novos desafios

Novos meios digitais mudam rumos do segmento

Por Marili Ribeiro
Atualização:

Com seis trabalhos premiados, ainda que indiretamente, já que em cinco deles ela foi orientadora, a professora Karla Regina Macena Patriota, da Universidade Federal de Pernambuco, foi a presença mais frequente no palco na noite de entrega dos troféus aos vencedores da 12ª edição do Prêmio de Mídia do Estadão, na última quarta-feira, com um jantar que reuniu 750 convidados.Há cinco anos, ela é figura cativa no evento promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo para incentivar a carreira dos profissionais de Mídia, distribuindo prêmios a monografias e os casos eleitos por um júri formado basicamente por publicitários. A professora é responsável por uma safra de "mídias" com sotaque pernambucano em São Paulo. Os mídias são os profissionais que, nas agências de propaganda, programam os canais de comunicação que melhor se adaptam às ações de marketing dos anunciantes. Na edição deste ano, foram 600 trabalhos inscritos, sendo que 60 chegaram à final e 22 foram premiados em 12 categorias. Entre os prêmios de maior destaque está o de Mídia do Ano, eleito pelos próprios colegas em votação via internet, foi ganho pelo publicitário Paulo Sant"Anna, da agência Taterka. Além dele, foi eleita a Personalidade de Mídia do ano, categoria na qual venceu Paulo Gregoraci, da agência W/.Karla tem orgulho de influenciar estudantes a participar do prêmio. "Gosto de motivá-los a desenvolver a criatividade e, com isso, muitos deles saem daqui contratados", diz ela, que contabiliza jovens empregados em grandes agências como Ogilvy, F/Nazca Saatchi & Saatchi, Giovanni+DraftFCB e Young & Rubicam. Uma de suas ex-alunas, Carolina Cabral, 27 anos, hoje na Almap, fez questão de vir cumprimentar a mestre na noite do evento. "Foi por causa dela que escolhi trabalhar com mídia", conta. Karla também é crítica da atividade e acha que falta maior presença na vida acadêmica para aprofundar as questões do setor, que ela vê passando por um período de ebulição por conta dos avanços da era digital. "Em Pernambuco, temos apenas três doutores em publicidade, contra dezenas na área de jornalismo." As transformações vividas pelo meio são assunto recorrente entre os profissionais de propaganda. "Os softwares resolvem o emaranhado de cálculos que surgiram com a multiplicação de canais de mídia que hoje em dia entram na programação de uma campanha publicitária", diz Paulo Stephan, diretor de mídia da Talent. "A equação que antes tinha três ou quatro variáveis, agora tem dez", afirma. Por isso mesmo, Angelo Franzão, presidente do Grupo de Mídia, acha que a atividade está cada vez mais cúmplice da busca por resultados.

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