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Programa de expansão de energia gerada por gás natural sofre críticas

Para secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Raussef, as térmicas movidas a gás natural não têm como competir com as hidrelétricas brasileiras e o sistema precisará de subsídios

Por Agencia Estado
Atualização:

A secretária de Energia do Rio Grande do Sul, Dilma Viana Raussef, fez críticas ao programa de expansão de energia elétrica gerada por gás natural, hoje, em palestra no IX Congresso Brasileiro de Energia. Na opinião de Dilma, o programa tem alguns "problemas de origem". O maior deles é que a energia gerada pelas térmicas movidas a gás natural não é competitiva com a energia das hidrelétricas brasileiras. "Isso significa que, para ser viável o sistema precisa de subsídios, ou seja, alguém vai pagar parte da tarifa", comentou. Na sua opinião, esse subsídio precisa ser transparente e amplamente debatido pela sociedade brasileira, para se aferir se é a melhor solução. Ela observou que o governo deu às térmicas a gás uma tarefa "ingrata", pois caberia a essa energia a implemenntação do mercado de livre negociação no País. "Não conheço nenhuma situação em que o mercado funcione livremente precisando de subsídios", ironizou. Outro problema apontado pela governante gaúcha é que ela não consegue identificar a origem do gás que irá movimentar essas térmicas. Ela disse que buscou informações detalhadas em todos os órgãos envolvidos na questão, mas não consegue informações satisfatórias sobre o volume de gás natural para atender a demanda das térmicas previstas no Programa Prioritário de Termelétricas (PPT). Segundo ela, haveria um déficit de 15,6 milhões de metros cúbicos de gás natural em 2002, subindo para 39,5 milhôes de metros cúbicos em 2003 apenas para atender as térmicas previstas para entrar em operação pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Ela lembrou que, além da existência do gás, é fundamental que haja gasoduto para transportar a matéria-prima até a usina. E isso ainda não existiria, segundo Dilma.

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