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Projetos de vida na fila do plantão da Caixa

Em Brasília, clientes tinham planos concretos para dinheiro das contas inativas do FGTS

Por Fernando Nakagawa
Atualização:
Zenda Jesus Alves, 39 anos, (com o marido e o cunhado)vai guardar o dinheiro para ajudar a pagar a faculdade do filho de 15 anos que pretende cursar direito Foto:

O dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) parece resgatar contas do fundo da gaveta e também alimentar planos. No primeiro sábado do plantão para saques, quem deixava as 22 agências da Caixa Econômica Federal que abriram ontem, em Brasília, não escondia a felicidade com o recurso extra. Muitos foram preparados com boletos debaixo do braço para quitar dívidas, mas o dinheiro também despertava sonhos. “O dinheiro será para o futuro do meu filho”, diz a dona de casa Zenda Jesus Alves, de 39 anos.

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Junto com o marido, o cunhado e trazendo documentos, Zenda deixou a cidade-satélite Paranoá, a 20 quilômetros da capital, para conferir quem tinha dinheiro a receber. 

Na saída do banco, a dona de casa exibia um sorriso. Lá, Zenda descobriu que tinha depósitos de empregos antigos. “Deu certo”, comemorou, mostrando o extrato impresso. “Esse (recurso) vai ajudar a pagar a faculdade do Paulo. É para o futuro”, disse. Paulo é o filho de 15 anos que, pelos planos da mãe, será advogado.

O auxiliar de cozinha Poliano Cordeiro verificou o saldo com o funcionário da Caixa e confirmou à esposa, Flávia Albuquerque, que a vida da família mudará radicalmente: em abril, o casal e os dois filhos deixarão a capital federal rumo a Umburanas, no interior da Bahia. 

“Lá, é melhor para trabalhar. A gente tem uma terrinha lá e dá para trabalhar na roça”, diz o auxiliar de cozinha, que vive há oito anos em Brasília e postergava o sonho de voltar à Bahia porque não conseguia juntar o dinheiro para as passagens. “Sempre quis voltar e agora vamos conseguir.” 

Balanço. Segundo a Caixa, apenas na sexta-feira, primeiro dia de saques de contas inativas do FGTS, foram atendidas 3,3 milhões de pessoas, entre operações em agências e transferências automáticas. 

O grupo retirou mais de R$ 3,8 bilhões em apenas um dia. Desses, R$ 2 bilhões foram depositados em conta corrente ou poupança dos trabalhadores que já têm relacionamento bancário com a Caixa. 

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