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Professor de Finanças da FGV-SP

Promessas de Ano Novo

Estabeleça seu objetivo de longo prazo, mas datando e quantificando a meta

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Por Fábio Gallo
Atualização:

O ano de 2021 começa com muita esperança. Todos nós estamos torcendo para que a pandemia termine e possamos voltar a viver como antes. O ano passado foi muito difícil, marcou profundamente nossas vidas e sem dúvida nos modificou. Vamos ressignificar muitas coisas. Assim, mesmo o ano já tendo se iniciado, é um bom momento para repensarmos sobre diversos aspectos de nossas vidas. Particularmente, está na hora de revermos o nosso planejamento financeiro. Isto pode levar algum tempo, mas vale a pena.

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Resoluções de final de ano são um hábito geral, mas a maioria das pessoas faz um monte de promessas para si e não as cumpre, porque usualmente são genéricas, ambiciosas demais e são mais “quereres” do que metas de vida. Tem-se vários exemplos como: parar de fumar, emagrecer, fazer exercícios e vai por aí. Coisas que exigem esforço, mas são importantes e boas para nós. No entanto, quando são estabelecidas de maneira solta, acabam esquecidas nos dias seguintes.

Assim, primeiro item a considerar é estabelecer o seu objetivo de longo prazo, mas datando e quantificando essa meta. Por exemplo, comprar a casa própria em cinco anos e com o valor de R$ 700 mil. Desta forma, você sabe o prazo que pretende atingir o seu objetivo e o valor que deve poupar para conquistar aquilo desejado. Isso gera foco, estabelece as bases para atingir o seu objetivo e permite saber o grau de risco dos investimentos que pretende utilizar para isso.

Aproveite o momento e também faça um levantamento de todos os seus bens e direitos, valorize tudo em termos monetários, mesmo aproximado. Ao mesmo tempo, anote tudo o que deve para ter um controle de todas as suas contas, você estará preparando o balanço do patrimônio familiar.

É importante, também, refazer o seu orçamento familiar com todas as receitas e gastos da família. Avalie as despesas organizando em quatro grupos, tais como A de alimentar, B de básico, C de contornável e D de desnecessário. Assim, você poderá imediatamente localizar despesas que são desnecessárias, gerando oportunidades de economia, e da mesma forma controlar bem as contas da casa e, em caso de perder renda, cortar aquilo que é classificado como contornável, aquelas despesas que fazem a vida melhor, mas numa situação critica devem ser cortadas.

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Com a economia gerada, crie um fundo de emergência. Não podemos deixar de pensar que o cenário ainda é instável. Procure reforçar a sua poupança dedicada a aposentadoria. Mas, se quiser ampliar os seus investimentos podemos usar das palavras do papa Francisco dirigidas à Cúria Romana em 2014, que apontava doenças a que estamos sujeitos e que devemos nos curar. Dentre várias, podemos extrair algumas e transformá-las em investimentos. Devemos investir na temperança, evitando a perda da harmonia. Investir na humildade, evitando a rivalidade e vanglória. Investir no espiritual, não na doença do acumular para tentar preencher o vazio existencial.

*PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV-SP

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