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Promotoria pede prisão de acusados por quebra da Swissair

Suspensão de vôos diante da incapacidade da empresa de pagar dívidas custou ao país 3 bilhões de euros; bancos e governo não ajudaram a salvar companhia

Por Agencia Estado
Atualização:

A Promotoria suíça pediu nesta segunda-feira, 19, pena de 6 a 28 meses de prisão, assim como multas de até 667 mil euros (R$ 1,86 milhão), para os acusados pela quebra da companhia aérea suíça Swissair. O acusado para o qual se pede a maior pena (28 meses de prisão e multa máxima) é Mario Corti, que era o principal diretor da AirGroup (matriz da Swissair) e que teve o maior destaque durante o processo. O julgamento começou no dia 16 de janeiro, com 19 ex-altos funcionários da companhia aérea sentados no banco dos réus, apontados como responsáveis pelo afundamento financeiro da companhia aérea suíça e pelo maior escândalo econômico na história do país. O processo, realizado na cidade de Bülach - próxima a Zurique, na Suíça -, começou após quatro anos e meio de investigações da Promotoria para apresentar a primeira denúncia. Considerada uma das companhias mais sólidas e de maior qualidade no mundo, com 71 anos de história, a imagem de seus aviões em terra no dia 2 de outubro de 2001 deu a volta ao mundo e chegou a ferir o orgulho nacional suíço, que tinha na companhia aérea seu melhor embaixador no exterior. A decisão de suspender os vôos diante da incapacidade da Swissair de pagar suas dívidas custou ao Estado 3 bilhões de euros e tem semelhanças com o recente caso de AirMadrid, que a imprensa suíça batizou como "a Swissair espanhola". Entre os acusados também estão o ex-presidente da Swissair Philippe Bruggisser, do Crédit Suisse Lukas Mühlemann, o acionista majoritário da fabricante de cimento Holcim, o segundo homem mais rico da Suíça, Thomas Schmidheiny, o ex-ministro suíço Vreni Spoerry e o ex-diretor da polonesa LOT, Jan Litwinski. A opinião pública acompanha o processo com grande atenção, já que se envolveu muito no escândalo e se voltou contra os grandes bancos suíços e o governo por não dar créditos que ajudassem a salvar a companhia. A empresa aérea foi atingida pela falta de integração da Suíça no Espaço Econômico Europeu (EEE) e pelo encarecimento do querosene, mas foram os atentados de 11 de setembro de 2001 - independentemente da gestão fraudulenta que pudesse ter sido feita - a "gota d´água" que levou à queda da Swissair.

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