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Proposta fiscal deve considerar redução da dívida/PIB, diz BC

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou hoje que embora prefira não comentar a eventual adoção de um superávit fiscal anticíclico no Brasil, essa proposta deve levar em consideração a estabilidade e a indicação de queda da relação dívida/PIB. "Qualquer proposta tem de ter isso em mente", afirmou o diretor do BC. Segundo ele, com o câmbio a R$ 3,20, essa relação dívida/PIB está em torno de 54%, não consideradas mudanças mais significativas do superávit fiscal neste momento. Questionado se a previsão de que essa relação alcance cerca de 40% em 10 anos não seria demasiadamente longa, o diretor do BC respondeu que esse é um esforço que tem de ser feito ao longo do tempo e de maneira crível. "Ou você quer que aumentemos o superávit primário fiscal para 16%?", ironizou. Goldfajn também disse considerar natural as captações externas do setor privado estarem concentradas no curto prazo. "É assim que funciona. As primeiras captações são de prazos mais curtos, um pouco mais caras e, com o tempo, esses horizontes tendem a se alargarem", explicou. Ele destacou que a volta da confiança na esteira da política macroeconômica do governo deve consolidar essa percepção. O diretor do BC também reafirmou que o governo não deve admitir conviver com o patamar de inflação mais elevado, em torno de 10%, sob o risco de perder o controle da inflação. "Uma inflação de 10% incentiva mecanismos de proteção de salários e preços que perpetuam a inflação e podem aumentá-la", afirmou. Questionado se os altos índices de preços divulgados nos últimos dias materializaram a preocupação do BC com a inércia inflacionária demonstrada na última ata do Copom, Goldfajn respondeu que não necessariamente. "Há vários fatores, além da inércia, como o câmbio, que podem mudar bastante no período de um mês", explicou o diretor. Ele disse que ainda precisa avaliar quais desses fatores tiveram maior impacto nesses últimos índices.

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