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Protesto no Rio termina em confronto com PM

Manifestação começou com 1 mil pessoas e só terminou com a chegada da tropa de choque; carros de deputados foram depredados

Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - Bombas de gás, rojões e pedras marcaram mais uma vez a aprovação de uma proposta de ajuste fiscal na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Por duas horas, PMs tentaram dissipar uma manifestação à base dos artefatos de gás e tiros de balas de borracha, enquanto mascarados revidaram com paus, pedras e rojões. Eles também fizeram barricadas e colocaram fogo em montes de lixo. Não houve registro de feridos, mas pelo menos duas pessoas foram detidas. Os carros oficiais de cinco deputados foram danificados.

O tumulto começou por volta das 15h30. Cerca de mil manifestantes protestavam na Avenida Primeiro de Março, em frente à Alerj. Um locutor anunciou do caminhão de som que a proposta de aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14% fora aprovada e informou que o projeto com a mudança estava em votação.

Manifestantes tombaram veículo em protesto em frente à Alerj. Foto: Fábio Motta/Estadão

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Parte dos manifestantes se deslocou para ruas laterais da Assembleia, que estava com todos os seus acessos bloqueados. Enquanto agentes da Força Nacional de Segurança permaneciam em frente à entrada principal – o Palácio Tiradentes estava cercado por grades –, agentes do Batalhão de Choque da PM faziam um cordão de isolamento nas vias ao lado.

O grupo que queria entrar na a sede do Legislativo pela lateral foi dispersado pela PM com bombas de gás. Minutos depois, os policiais passaram a disparar as bombas também em frente à Alerj, afastando todos os manifestantes e acabando com o ato.

DEPUTADOS APROVAM AUMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS SERVIDORES NO RIO

Quarenta minutos mais tarde, porém, a confusão recomeçou. Manifestantes mascarados e agentes da PM e da Força Nacional de Segurança entraram em confronto. Pouco depois das 17h, um caminhão e um veículo blindado da Tropa de Choque da PM também chegaram ao local, quando finalmente o tumulto foi encerrado.

O gás das bombas se espalhou pelo Centro. Era sentido a pelo menos cinco quadras de onde começaram a ser lançadas. Pessoas que caminhavam pela região buscaram abrigo em estabelecimentos comerciais, que começaram a cerrar suas portas no meio da tarde.

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As cenas de confusão tiveram reflexos em outras regiões da capital fluminense. A cidade entrou em estágio de atenção às 16h50. A prefeitura recomendou que a população utilizasse trens e metrôs e evitasse a região central. As avenidas Primeiro de Março, Antônio Carlos e pistas central e lateral da Presidente Vargas e da Rio Branco foram interditadas. O VLT teve sua circulação suspensa. Empresas e repartições públicas liberaram os funcionários mais cedo.

Depredação. De acordo com a Polícia Militar, seis pessoas foram encaminhadas para delegacias da região. Duas delas ficaram detidas, acusadas de ataques contra os policiais durante o protesto. A Alerj, por sua vez, informou que os carros de cinco deputados foram depredados. O veículo da deputada Lucinha (PSDB) teve um vidro quebrado, enquanto os carros dos parlamentares Fatinha (SDD), Zaqueu Teixeira (PDT), Geraldo Pudim (PMDB) e Enfermeira Rejane (PC do B) sofreram avarias leves, como retrovisores quebrados.