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Protestos contra a crise reúnem milhares no País

Sindicalistas comemoram prorrogação do corte do IPI

Por Paulo Justus e Evandro Fadel
Atualização:

Os presidentes das centrais sindicais comemoraram a prorrogação do corte do Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis atrelado a um compromisso da manutenção dos empregos, durante o Ato Internacional Unificado Contra a Crise em São Paulo. A manifestação foi a primeira a unir todas as centrais sindicais e vários movimentos sociais desde o início da crise. De acordo com a organização do ato, os protestos reuniram 90 mil pessoas em 18 Estados e em Brasília. Na capital paulista, entre 20 a 30 mil pessoas participaram do protesto, de acordo com as centrais sindicais. Segundo a Polícia Militar, foram 5 mil manifestantes. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que a vinculação da manutenção dos empregos à prorrogação do IPI ocorreu graças à pressão dos trabalhadores. "O (Guido) Mantega (ministro da Fazenda) era contra a estabilidade dos empregos." Segundo ele, a marcha de ontem mostrou o poder das centrais. "Temos que reivindicar ajuda também para outros setores, como o calçadista e a agroindústria." Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, o anúncio do governo foi positivo, mas ainda há mais medidas a serem tomadas. "O governo precisa reduzir os juros e a alta volatilidade do mercado." Segundo ele, a união demonstrada no protesto abre caminho para uma paralisação geral no País, caso as demissões continuem. A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), manteve-se contra a redução do IPI, porque representa uma ajuda do governo às empresas. "Essas empresas que vão se comprometer a não demitir já cortaram mais de 8 mil postos de trabalho desde outubro", disse o coordenador nacional da Conlutas, José Maria de Almeida. Apesar das divergências, ele defendeu a união das centrais sindicais. "Esse é um momento de passarmos por cima das nossas diferenças e lutarmos juntos." Entre os consensos das centrais sindicais estão a queda maior na taxa de juros e a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho, que proíbe a demissão sem justa causa de empresas lucrativas. A paralisação geral, caso as demissões continuem, também foi um ponto comum no discurso dos sindicalistas ontem. A manifestação durou 5 horas na capital paulista, com início em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Av. Paulista. O itinerário incluiu a sede do Banco Central. A marcha terminou às 15 horas em frente ao Teatro Municipal. Em Curitiba, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também participou dos protestos, que ocorreram em frente à sede do Banco Central, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e da Assembleia Legislativa. Os manifestantes protestaram contra os deputados que rejeitaram uma proposta de emenda constitucional que vinculava incentivos fiscais e financeiros à manutenção de empregos.

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