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PSDB diz que novo texto da reforma da Previdência é recuo do governo

Presidente interino da sigla, Alberto Goldman, afirmou que o partido tucano apenas recomendará o apio ao texto, sem orientar que seus deputados votem a favor

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Por Redação
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente interino do PSDB, ex-governador paulista Alberto Goldman, afirmou nesta quarta-feira, 22, que o governo Michel Temer vai enviar ao Congresso uma nova versão reduzida da reforma da Previdência e que o partido vai apenas recomendar apoio ao texto, sem orientar que seus deputados votem a favor.

“O governo está mandando outro texto que representa um recuo em relação ao texto original, mas entendemos que essa é uma realidade política do Congresso”, disse Goldman. “Não tem nada de fechamento de questão. Nesse momento, do ponto de vista político, cabe apenas a recomendação. O trabalho político vai ser feito para termos, se não unanimidade, o máximo possível de posição unitária na bancada.”

O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. Foto: Estadão Conteúdo

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Formalmente, para que o partido fechasse questão em favor da reforma, era necessária a aprovação do tema por maioria absoluta da bancada de deputados e também da Executiva Nacional. O encontro, porém, foi esvaziado pela ala contrária ao governismo tucano. O líder da bancada na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), não participou do encontro porque estava em missão oficial na Alemanha.

Goldman negou que o PSDB, ao não fechar questão obrigando voto a favor da reforma, esteja abandonando uma bandeira tucana, propagada como condição para o ingresso de ministros no governo Temer.

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“Nós continuamos com a mesma posição, não estamos recuando. Mas entendemos que o recuo que está sendo costurado (pelo governo) com os demais partidos é uma realidade política, não estamos isolados. O Congresso representa toda a sociedade brasileira e tem opiniões das mais diversas. Todo parlamentar tem que entender que essa é a realidade”, disse.

Goldman ponderou que o PSDB é um “partido médio” e que compreende a “dificuldade” do governo em aprovar a reforma, mas o PSDB continua favorável ao que foi aprovado na comissão especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que altera as regras para aposentadoria. O governo Temer precisa angariar pelo menos 308 para aprovar a reforma na Câmara. A bancada tucana tem 46 deputados em exercício.

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“Não havendo conflito com o que nós aprovamos, recomendamos que o partido continue sua luta no plenário em cima do texto inicial, mas compreendendo eventuais recuos que vão ser feitos pelo governo”, disse Goldman.

Segundo ele, o ministro Antônio Imbassahy adiantou alguns pontos que devem constar na versão reduzida da reforma, a ser enviada ao Congresso pelo governo Temer. “Ficou claro que não terá tudo aquilo que entendíamos ser necessário para enfrentar a questão da previdência.” O ministro não comentou sobre sua saída do cargo.

Goldman afirmou que não sabia da reunião que ocorreu mais cedo no Palácio do Jaburu entre o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (MG), presidente afastado do PSDB. “Ele é um senador e fala com quem quiser, mas não fala em nome do partido”.

Goldman disse que o PSDB pode adiar a ideia de realizar um Congresso nacional com debates de teses estatutárias, por falta de tempo, no dia 8 de dezembro, mas que a convenção para escolha do diretório nacional e posterior eleição da Executiva Nacional está mantida no dia 9. Ele afirmou que não há ainda chapas inscritas para a eleição e que o partido discute a formação de chapa única com 236 membros para o diretório. Os membros do diretório são responsáveis por eleger depois o presidente nacional e os integrantes da comissão executiva. São pré-candidatos o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o senador Tasso Jereissati (CE).

Durante uma coletiva de imprensa, Goldman leu a nota que será divulgada pela Executiva Nacional do PSDB:

Considerando que a comissão especial da Câmara que discutiu o projeto da reforma da Previdência aprovou o substitutivo com os votos do PSDB, com algumas ressalvas;

Considerando que o substitutivo aprovado representa um avanço na redução das desigualdades e na eliminação dos privilégios do sistema de Previdência;

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Considerando que o novo texto que será apresentado pelo governo deve significar um recuo em relação ao aprovado, porém sem conflitar com o mesmo;

A Executiva Nacional do PSDB recomenda que o partido continue a sua luta para que, no plenário, o substitutivo da comissão especial pela reforma da Previdência seja referendado.