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PT evita extremismo no Fórum do RS

Por Agencia Estado
Atualização:

O segundo Fórum Social Mundial (FSM) quis se diferenciar do primeiro em um item importante: o extremismo. Talvez por ser ano eleitoral, talvez pelo clima posterior a 11 de setembro ou talvez pelos dois motivos, houve preocupação do PT em dissociar a imagem do evento de gestos que pudessem ser considerados extremistas. Uma medida que demonstra claramente essa intenção foi a ausência de um convite às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Ao contrário do ano passado, quando a guerrilha colombiana participou da programação oficial do FSM, neste ano ela foi excluída das delegações. Ainda assim, esteve presente ao fórum, onde seus membros desfilavam abertamente com o nome da guerrilha nas camisas. O mesmo ocorreu com José Bové. A entidade à qual ele pertence, a Via Campesina, teve diversos representantes nas mesas do evento, como Rafael Alegria e Paul Nicholson. Mas Bové não foi oficialmente convidado. No entanto, veio, concordando com o pedido dos organizadores de que não "roubasse a cena" como acontece no ano passado. As personalidades de discurso mais extremista não gostaram dessas e de outras determinações moderadoras do fórum. Helena Bonafini, por exemplo. A presidente da associação das Mães da Praça de Maio, movimento nascido do protesto contra os desaparecidos pelo regime militar argentino, criticou repetidamente o fórum. Protestos também foram registrados em relação a dois eventos paralelos, o Fórum Mundial das Autoridades e o Fórum Parlamentar Mundial, para o qual vieram políticos de diversos países, sobretudo franceses - que dominam as instalações do hotel mais disputado da cidade, o Plaza San Raphael - e italianos. Manifestantes gritaram contra os parlamentares e tentaram invadir a sala de suas conferências porque França e Itália, entre outros, apoiaram os EUA no ataque ao Afeganistão pós-atentado. Panfletos distribuídos nos prédios do campus da PUC-RS, como um da Juventude Socialista, também criticam a organização do fórum. Dizem que a "esquerda oficial" tomou conta do evento com seu discurso "reformista" - ou seja, não-revolucionário.

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