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PT não entra no discurso do governo, diz Mercadante

Esta é a terceira de cinco reportagens especiais sobre um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo futuro presidente da República: como evitar que a economia brasileira repita os erros que levaram a Argentina à pior crise de sua história

Por Agencia Estado
Atualização:

A utilização da crise Argentina como um dos motes eleitorais desta campanha eleitoral não está preocupando a equipe do pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Alvo preferido das vinculações ao efeito Argentina, Lula não pretende polemizar em torno do assunto e vai continuar apresentando as propostas consideradas essenciais para que o País retome o crescimento, aumente o nível de emprego e diminua a dependência externa, entre outras conquistas, informa um dos coordenadores do programa de governo do PT e candidato ao Senado Federal, deputado Aloizio Mercadante (SP). Mercadante lamenta que um problema sério que vem atingindo um país vizinho possa ser usado como munição nesta campanha eleitoral. ?O governo não tem o que apresentar ao País e o seu candidato (o senador José Serra/PSDB) faz de conta que não é governo, por isso ficam tentando nos vincular à crise Argentina.? O deputado garante que o PT não vai ?entrar no discurso do adversário? e continuará com o estilo que vem adotando até o momento, que no seu entender, pode ser traduzido em uma campanha construtiva e de propostas concretas. ?Tentar recorrer à Argentina não é bom para a democracia?, reitera. Para ele, o eleitor que irá votar nessas eleições está muito mais consciente e reconhece que o Partido dos Trabalhadores amadureceu ao longo dos anos. Ele acredita que os temores que muitos ainda têm em relação ao PT são infundados e que não há a possibilidade de ruptura de contratos ou de não pagamento de títulos das dívidas interna e externa. ?Hoje, o PT governa cerca de 50 milhões de pessoas, um em cada quatro brasileiros conhecem nossa administração e sabem da nossa capacidade.? Mercadante diz que a crise Argentina foi há muito tempo previsível e alertada, inclusive pelo PT. ?Desde o início criticamos o regime de convertibilidade cambial, onde o País perde a liberdade do câmbio. Não devemos esquecer que o Brasil financiou a política nefasta do câmbio argentino. E nosso desastre só não foi igual ao da Argentina porque o mercado financeiro pressionou para mudar a ineficiente âncora cambial.? O deputado destaca que o governo Fernando Henrique vai deixar uma pesada herança para seu sucessor, principalmente sob os aspectos do balanço de pagamentos e das contas públicas. ?O atual governo ficou anos no poder e conseguiu produzir a quarta pior taxa de crescimento da história do século XX.? Ele disse que as piores taxas de crescimento foram registradas com os presidentes Wenceslau Braz, no período Primeira Guerra Mundial, Washington Luís, na grande crise de 1929, e Fernando Collor. E acrescenta que essas taxas nunca perduraram por um período tão longo quanto o atual. Por isso, ele avalia a boa performance de Lula nas pesquisas com o fato de que a população quer mudanças e isso inclui a troca do atual governo. Leia o especial

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