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Repórter especial de economia em Brasília

PT pressiona para Dilma adiar reforma da Previdência, mas Barbosa quer cumprir prazo

Fator político agravado pelo depoimento de Lula na Lava Jato pode modificar o 'timing' do envio da proposta

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - Na esteira da maior aproximação com o PT depois que a operação Lava Jato levou o ex-presidente a prestar depoimento de forma coercitiva, as lideranças do partido pressionam a presidente Dilma Rousseff a não encaminhar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional. Mas o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, segue com a intenção de enviar o projeto no final de abril como o programado, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.  A aprovação de mudanças nas regras para a aposentadoria é a principal estratégia do ministro Barbosa para o reequilíbrio das contas públicas no futuro. Sem essa sinalização para os gastos com a Previdência, a reforma fiscal apresentada pela equipe econômica, que inclui um teto para o gasto, fica sem o alicerce, de acordo com interlocutores da área econômica. 

Barbosa quer cumprir prazo da entrega do projeto da reforma da Previdência Foto: André Dusek/Estadão

Os interlocutores admitem, no entanto, que o fator político agravado pelo depoimento de Lula na sexta-feira pode acabar modificando o "timing" do envio da proposta, embora a presidente tenha concordado em levar adiante a reforma. Barbosa avalia, no entanto, que é preciso encaminhar a medida em abril. Quando assumiu o cargo, no final do ano passado, a intenção do ministro manifestada em entrevistas era a de concluir a proposta em janeiro, o que não ocorreu devido às resistências do ministro da Previdência, Miguel Rossetto. "Não dá para ser autista e fingir que não tem uma crise política", admitiu uma fonte do Ministério da Fazenda.  O ministro e sua equipe correm para concluir, na próxima semana, a proposta de reforma fiscal (que inclui o teto para gasto) e de alongamento da dívida dos Estados com a União. A intenção é enviar as duas mudanças no mesmo projeto que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A proposta está em fase final de negociação com os governadores.

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