Publicidade

Putin pede colaboração da Ucrânia para conferir sistema de gás

Premiê russo adota tom conciliatório e diz que transtorno no fluxo de gás pode ser dever a problemas técnicos

Por Suzi Katzumata e da Agência Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, disse que o transtorno no fluxo de gás para a Europa pode ser em virtude de problemas técnicos com o sistema de trânsito da Ucrânia e pediu um trabalho conjunto para verificar a questão. "Devemos falar com nossos colegas ucranianos para decidir o que fazer. Talvez o problema esteja com o sistema de transporte ucraniano", disse Putin, lançando um tom conciliatório na atual crise que levou à interrupção do fornecimento de gás para um número de países da União Europeia (UE). "Talvez o sistema de gás ucraniano não esteja em condição técnica para assegurar o trânsito", disse Putin, que visitou uma sala de controle na sede da OAO Gazprom, que detém o monopólio do gás na Rússia. Veja também: Rússia retoma envio de gás à Europa pela Ucrânia Gazprom diz que Ucrânia não abriu gasodutos para fluxo de gás O executivo-chefe da Gazprom, Alexei Miller, rejeitou as alegações da Ucrânia de que a rede de trânsito de gás do país não estava imediatamente apto para aceitar o gás russo e retomar o fluxo para a UE após uma semana de interrupção. "A Ucrânia não deu explicações porque o gás não está passando. Os dutos russo estão com pressão.... Mas as válvulas estão fechadas no lado ucraniano", disse Miller. A Rússia anunciou nesta manhã que estava retomando o fornecimento de gás para a UE através da Ucrânia na base de teste, mas a retomada imediata esbarrou em problemas, com Moscou acusando Kiev de bloquear o fluxo novamente. A estatal de gás da Ucrânia, a Naftogaz, afirmou que o volume de gás enviado pela Rússia não foi suficiente para criar a pressão necessária para bombear o combustível para a Europa. Putin anunciou que o primeiro-ministro da Bulgária, Sergey Stanishev, e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, vão visitar Moscou para negociações de emergência sobre a crise de gás nesta quarta-feira. "Eu acabei de falar com o primeiro-ministro da Bulgária e o primeiro-ministro da Eslováquia e concordamos que vamos nos reunir em Moscou amanhã. Eles disseram que estão prontos para vir e ver qual é a situação aqui", disse o premiê russo. 'Força maior' A Gazprom informou seus clientes europeus ter declarado "força maior" sobre suas exportações de gás via Ucrânia depois que os esforços para restaurar o abastecimento do combustível falharam mais uma vez. "Enviamos hoje a nossos parceiros um anúncio de força maior", disse o vice-presidente da companhia, Alexander Medvedev, em uma entrevista coletiva. A declaração de força maior é uma cláusula comum em contratos que essencialmente libera ambas as partes de responsabilidades quando ocorre um evento extraordinário. Mais cedo, a Gazprom culpou a Ucrânia de não ter aberto os gasodutos para o trânsito do combustível e alegou que o país apresentou "pedidos irracionais" para a empresa russa.  O porta-voz do comissário de Energia da UE Ferran Tarradellas afirmou que todas as condições exigidas por Rússia e Ucrânia para retomada da oferta de gás foram cumpridas e não havia razão para o fluxo de gás não começar. Segundo Tarradelas, os monitores estão nos locais determinados, mas até aquele momento ainda não tinham recebido acesso total aos centros de expedição em Moscou e Kiev.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.