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Quadros admite ser impossível definir padrão de TV digital até julho

Segundo o ministro das Comunicações, ainda não há data definida para o anúncio da escolha e ele advertiu que não será necessariamente neste ano, contrariando previsão da Anatel

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Comunicações, Juarez Quadros, admitiu hoje publicamente que "será impossível" definir em julho o padrão de TV digital que será adotado no País. Esse era o mês previsto inicialmente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que fosse feita a escolha entre os padrões europeu, americano e japonês. Segundo Quadros, ainda não há uma data definida para o anúncio da escolha e ele advertiu que não será necessariamente neste ano. De acordo com o ministro, a Anatel está avaliando o melhor cronograma e que o presidente Fernando Henrique Cardoso será informado. Um dos motivos do atraso, explicou, foi o prazo de seis meses solicitado pelo empresa de consultoria Carvalho de Freitas e Ferreira Advogados Associados, contratada pela Anatel para fazer a modelagem de contrapartida que será exigida da empresa fornecedora da tecnologia escolhida. A Anatel está estudando três opções de padrão de TV digital. O ATSC (americano), o DVD (europeu) e o ISDB (japonês). A agência fará uma avaliação do cronograma possível para o anúncio do padrão da TV digital que será adotado no País. Segundo Quadros, o presidente Fernando Henrique orientou que essa escolha seja feita com prudência e segurança para que seja adotada a melhor tecnologia para o País. A escolha do padrão, disse o ministro, independe dos resultados das pesquisas eleitorais. "Tem que acontecer naturalmente, dentro da cautela e tolerância", disse o ministro, na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. Fust O ministro das Comunicações disse ainda que assim que o governo resolver o problema de arrecadação da CPMF serão liberados os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). A liberação foi assegurada a Quadros pelo ministro do Planejamento, Guilherme Dias. No ano passado foram arrecadados, como contribuição das empresas de telecomunicações, R$ 1,160 bilhão para o Fust. A lei orçamentária previa para este ano a aplicação de R$ 800 milhões que seriam gastos em programas na área de educação e saúde, como a instalação de computadores com acesso à Internet em escolas públicas de ensino médio. Mas com a indefinição na arrecadação da CPMF, o governo liberou para este ano apenas R$ 60 milhões. Na próxima semana, o governo deverá anunciar programas que usam recursos do Fust na área de defesa e telecomunicações. Na área de telecomunicações, a idéia é levar telefones às comunidades carentes e áreas isoladas.

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