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Qual a melhor aplicação para o dinheiro extra?

Escolha deve levar em conta o perfil do investidor e o tempo em que os recursos poderão ficar aplicados

Por Altair Silva
Atualização:

O pagamento do 13º salário - a segunda parte do abono será quitada pelas empresas até o dia 20 - reforça o orçamento dos trabalhadores. Para muitos, significa alívio em dívidas; para outros, um dinheiro extra que cobre gastos, como a compra de algum produto, evitados ao longo do ano por falta de cobertura financeira. Uma parte da sobra de recursos, em geral, vai para aplicação financeira e, nesse caso, é preciso escolher a opção mais indicada a cada um. Especialistas do mercado financeiro recomendam que, antes de fazer a escolha, o investidor defina o prazo em que o dinheiro poderá permanecer aplicado. Ou seja, será preciso saber se a necessidade de resgate ocorrerá no curto (até 6 meses), médio (entre 6 e 18 meses) ou longo prazo (acima de 18 meses). Além disso, o investidor terá de avaliar sua tolerância ao risco: baixa, média ou alta. De acordo com essa tolerância, o mercado costuma classificar o investidor como conservador, moderado ou arrojado (também chamado agressivo). O diretor de Produtos do Unibanco, Marcos Magalhães, sugere que o interessado converse com o gerente da agência em que tem conta ou com um consultor financeiro antes de escolher o investimento. Eles poderão auxiliar na definição do perfil de tolerância ao risco. Ele cita, por exemplo, CDBs e fundos multimercados como opções ao pequeno investidor. A primeira se encaixa melhor no perfil mais conservador, enquanto a segunda é indicada ao mais arrojado, opinião compartilhada por outros profissionais do mercado. Para o curto prazo, a estratégia mais indicada são os produtos com baixo ou nenhum grau de risco, com as recomendações de especialistas divididas entre a caderneta de poupança e os fundos DI. O diretor de gestão de recursos de terceiros da Nossa Caixa, Joaquim Elói de Toledo, observa que, como os fundos pagam Imposto de Renda (IR) e cobram taxa de administração, sua rentabilidade poderá ficar ligeiramente inferior à da caderneta, isenta de IR. Entretanto, mesmo contando com esse benefício fiscal, uma eventual escolha pela caderneta deve levar em conta um aspecto importante. "O poupador deve aguardar até a data de aniversário da conta para ter direito aos rendimentos", explica a gerente da divisão de fundos de investimentos do Banco do Brasil, Carla Barreto. Os fundos, mesmo com a rentabilidade achatada pela cobrança da taxa de administração, contam com liquidez diária - retiradas em prazo inferior a 29 dias, contados da data da aplicação, recolhem ainda o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquotas tanto mais elevadas quanto menos dias o dinheiro ficar na aplicação. Para quem não se importa em correr risco para tentar obter um rendimento mais elevado, Carla sugere um fundo multimercado. Segundo o superintendente-executivo da área de investimentos do Bradesco, Marcos Villanova, um meio-termo razoável entre a ousadia de um multimercado e o conservadorismo da poupança seriam os fundos que garantem o valor investido, desde que os recursos permaneçam aplicados por um período predeterminado.

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