O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira que a questão de subsídios para energia alternativa no Brasil depende da capacidade financeira do governo. "Quanto vamos dar de subsídio para a energia alternativa vai depender da capacidade de dar subsídios, que nesse momento não é das mais extensas", afirmou. A declaração foi dada durante painel no lançamento da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudança do Clima, em evento promovido pelo Instituto Ethos.
Segundo Levy, o tema da mitigação dos efeitos climáticos e combate ao aquecimento global será cada vez mais importante. "O Brasil tem uma posição privilegiada, mas se não continuar melhorando, fica para trás", apontou. Ele lembrou do recente acordo sobre o tema entre o Brasil e os Estados Unidos, assinado durante visita da presidente Dilma Rousseff ao país. Em relação às metas de redução da emissão de gases do efeito estufa, ele comentou que o compromisso firmado é "desafiador, mas realista".
Levy disse que a estratégia do Brasil é usar suas vantagens comparativas, explorando de maneira sustentável as florestas e também relacionadas à produção agropecuária. Ele afirmou que este ano o governo elevou a tributação sobre combustíveis, que em última instância é uma "taxa de carbono", e também aumentou a combinação de álcool na gasolina.
Apesar de ter mencionado a possibilidade de subsídios para energias alternativas, ele afirmou que também nesses modos de geração é preciso buscar maior eficiência. O ministro da Fazenda citou o caso da energia solar, afirmando que ainda está em estudo se é melhor ter grandes usinas geradoras em áreas de alta insolação perto de redes de transmissão, ou se o ideal seria ter pequenas placas voltaicas em cada casa.