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Quase um ano após início da pandemia, papel do Estado e destino do liberalismo são alvos de debate

‘Estadão’ ouviu Chicago Boys, economistas e banqueiros brasileiros para tentar prever como ficarão as políticas econômicas no Brasil e no mundo nos próximos anos

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

O gasto público dos países estourou em 2020 com a pandemia. Governos em todo o mundo saíram correndo para socorrer empresas e empregos. Desigualdades se exacerbaram, e o debate em torno do papel do Estado na economia, como acontece de tempos em tempos, foi ressuscitado.

No Brasil, onde a Escola de Chicago - universidade americana berço do neoliberalismo - estava mais em voga do que nunca desde a chegada de Paulo Guedes ao Ministério da Economia, o modelo liberal acabou perdendo força. Assim como em grande parte do mundo, a austeridade fiscal foi posta de lado para que a população pudesse ser socorrida, e economistas questionam se ela será retomada.

Na pandemia, Estado aumentou gastos com medidas como o auxílio emergencial Foto: Wilton Júnior/Estadão

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Para tentar entender por onde o mundo e o Brasil vão navegar nos próximos anos, o Estadão conversou com economistas e banqueiros brasileiros, além de dois Chicago Boys originais e, portanto, veteranos de Paulo Guedes na Universidade de Chicago. Os dois chilenos com formação nos Estados Unidos divergem quanto ao melhor rumo econômico a ser adotado, mas concordam que o aumento do tamanho e da atuação dos Estados na economia não é uma mudança de curto prazo.

Ambos tiveram, entre os anos de 1955 e 1964, seus estudos em Chicago bancados pelo governo americano. Enquanto um afirma que “infelizmente” deverá haver uma maior regulação da atividade a partir de agora, outro comemora os sinais de uma mudança em direção a um Estado “promotor de desenvolvimentos produtivos”.

No Brasil, a discussão vai além da questão da permanência de um Estado maior na economia nos próximos anos. O debate também abarca questionamentos em relação à falta de capacidade de Guedes para implementar as políticas liberais que havia prometido. Nos dois primeiros anos à frente da Economia do governo Bolsonaro, ele conseguiu aprovar apenas a Reforma da Previdência - o que só foi possível com o empenho de grande parte dos congressistas.

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