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Quatro aéreas disputam vôos internacionais deixados pela Varig

Dentre os destinos, a maior disputa é para as ligações aéreas com o México

Por Agencia Estado
Atualização:

Vôos para países na América do Norte, Europa, África e Mercosul, alguns dos quais deixaram de ser realizados pela Varig, estão sendo disputados pelas quatro maiores empresas aéreas brasileiras. Os pleitos foram apresentados na quinta-feira, em audiência no Rio, na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que poderá tomar decisão final sobre a distribuição nos próximos dias. Nos primeiros sete meses do ano, a demanda nos vôos externos feitos pelas empresas brasileiras recuou 16,5%, resultado influenciado pela crise enfrentada pela Varig no período, que a obrigou a reduzir a oferta. Dentre os destinos que vinham sendo atendidos mas deixaram de ser operados pela Varig, a maior disputa é para as ligações aéreas com o México. As informações são de que a Gol, a BRA e a Ocean Air demonstraram o interesse em voar para o país. Para outros dois países europeus, França e Itália, que também eram atendidos pela Varig, a disputa fica entre a TAM e a BRA. No caso da França, a TAM já realiza vôos para Paris, mas as estimativas são de que a Air France esteja transportando 65% dos passageiros na rota, ante os 35% restantes com a brasileira. Outros dois países que independem de distribuição de rotas da Varig estão, ainda, sendo cobiçados. É o caso do Uruguai, para onde a Gol tem planos de voar, e Angola, na mira da Ocean Air, que também apresentou a intenção de operar para os Estados Unidos. Nos próximos dias, uma sugestão de distribuição das rotas será enviada pela área de serviços aéreos internacionais da Anac para a diretoria colegiada do órgão, a quem cabe a decisão. A expectativa é que a decisão final seja tomada na próxima terça-feira. A distribuição das rotas da Varig está gerando divergência entre a Justiça e a Anac. A 8ª Vara Empresarial do Rio informa que uma decisão judicial congelou as rotas da companhia e impede a distribuição nesse momento. A Anac entende o contrário e iniciou essa licitação, além da distribuição de slots (horários de pouso e decolagem) em Congonhas. O aeroporto está saturado e, por isso, estas autorizações são fortemente disputadas pelas concorrentes que pretendem expandir os serviços no terminal da capital paulista. No mesmo dia da audiência no Rio, a Justiça enviou dois oficiais para notificar a agência sobre a decisão que congela as rotas, mas não foi possível efetivar a notificação, já que não havia diretores da agência no local quando os oficiais chegaram. A diretora Denise Ayres Abreu participou apenas da abertura da audiência e foi embora em seguida. Os ofícios foram apenas lidos. A presença dos oficiais foi requisitada pelos advogados da VarigLog, nova dona da Varig, que alega que as rotas não poderiam ser distribuídas, porque constam do edital de venda da empresa aérea. Nesta sexta-feira, a Varig informou que voltou a operar os vôos para Caracas, na Venezuela. Esse é o terceiro destino no exterior que a companhia aérea está servindo, além de Buenos Aires e Frankfurt. Segundo a empresa, a previsão é de que outros vôos, inclusive domésticos, sejam retomados a partir da semana que vem. Segundo a VarigLog, que operava com cerca de 12 jatos esta semana, o objetivo é chegar a uma frota entre 15 e 18 aeronaves, conforme as negociações com arrendadores de jatos e o prazo de manutenções que estariam em curso. Nos primeiros sete meses do ano, oferta de vôos da Varig encolheu 32,3%, na comparação com o mesmo período no ano passado, o que influenciou o resultado a performance das empresas de bandeira brasileira. No mesmo período, a demanda da TAM cresceu 30,2% e a da Gol, 118,7%. Apenas em julho, a queda da oferta da Varig foi de 78,2%. Com isso, a empresa que já chegou a liderar o setor fechou o mês com 29,96% de fatia na demanda, atrás da TAM, que passou a ocupar mais da metade do mercado (52,64%) - a Gol cravou 10,92% e a BRA, 6,02%.

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