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Quatro brasileiras entram em lista de futuras multinacionais

Bematech, Politec, Odontoprev e Jaime Câmara são apostas do Fórum Econômico Mundial

Por Marianna Aragão
Atualização:

Quatro empresas brasileiras fazem parte da nova geração de companhias globais, segundo o World Economic Forum (WEF), organização que reúne a elite econômica e política do planeta. Em novembro, a entidade incluiu as empresas Bematech, Politec e Odontoprev, além do grupo de comunicação Jaime Câmara, na lista de 142 empresas com potencial para se tornarem líderes na economia mundial nos próximos cinco anos. Todas têm em comum um crescimento de no mínimo 15% nos dois últimos anos, faturamento entre US$ 100 milhões e US$ 2 bilhões e foco em internacionalização. A partir de agora, elas participarão de reuniões anuais e farão intercâmbio com gigantes como Intel e Microsoft, que já são membros de outras comunidades do WEF. O primeiro encontro será em setembro de 2008, na China. Segundo o WEF, entre os temas a serem discutidos estão financiamento para investimentos, governança corporativa e adesão a iniciativas como combate à fome. O Brasil, com suas quatro representantes, aparece melhor que outros países da América Latina. Quem lidera a lista de 142 empresas são China (28), Estados Unidos (18), Índia (14), Japão (13) e Rússia (11). "Apesar de crescer em ritmo mais lento que o resto do mundo, o Brasil vem ganhando participação no mercado de capitais, ao mesmo tempo em que suas companhias se expandem globalmente", diz Julio Estrada, diretor-regional para o programa de novas companhias globais, batizado de Community of Global Growth Companies (em português, algo como Comunidade de Empresas de Crescimento Global). Segundo Estrada, o País tem um número crescente de companhias de médio porte, "todas muito bem administradas". Ele as compara às "Mittelstand", como são chamadas as cerca de 3 milhões de pequenas e médias companhias da Alemanha, consideradas a espinha dorsal da economia germânica. MESMO DNA As selecionadas Bematech e Politec, ambas do setor de tecnologia da informação (TI), são resultado de trajetórias semelhantes de empreendedorismo. A primeira nasceu há 17 anos de um projeto universitário do paranaense Marcel Malczewski, hoje presidente da companhia. Em abril, entrou para o Novo Mercado da Bovespa, captando R$ 150,8 milhões na oferta de ações. "Com a participação no WEF, nosso padrão de comparação passa a ser o mundo, e não só o Brasil", diz Malczewski. A Bematech tem hoje subsidiárias nos EUA, Alemanha, Taiwan e Argentina. A Politec, criada por três empreendedores de Brasília há mais de 30 anos, tem escritórios nos EUA, Japão, China, França, Bélgica e Índia. No ano passado, foi a única brasileira apontada pela revista Business Week como uma "competidora emergente" no ramo de terceirização de serviços de TI. O vice-presidente-executivo, Humberto Ribeiro, diz que a empresa, com receita anual de R$ 500 milhões, ainda é uma iniciante no mercado global. "No fórum, vamos trocar idéias com quem está dando certo e debater dificuldades de atuar lá fora." A Odontoprev, operadora de planos odontológicos, que ainda não tem operações fora do Brasil, aposta que a entrada no grupo abrirá portas. "Será possível conhecer empresas de países com demandas similares às brasileiras", diz Randal Zanetti, presidente da companhia, que cresceu 32% no ano passado. Há um ano, a Odontroprev também fez sua estréia na Bolsa de Valores. A Organização Jaime Câmara, grupo familiar de comunicação da região Centro-Oeste, credita à reestruturação iniciada em 2003 o convite para fazer parte do WEF. "Tivemos desempenho diferenciado no segmento de comunicação nos últimos três anos, com crescimento de 20% a 25%", diz o diretor Luiz Fernando Rocha Lima. A reestruturação incluiu terceirização de serviços e otimização de custos.

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