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Queda da Selic: planejador explica o corte de juros e aponta onde investir

Com Taxa Selic a 5,5% ao ano, Leandro Loiola, da Planejar, diz que é preciso diversificar os investimentos e renegociar as dívidas atuais

Por Renato Jakitas
Atualização:

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar 50 pontos da Selic, levando a taxa para inéditos 5,50% ao ano, muda a vida do investidor e do tomador de empréstimo. Na opinião de Leandro Loiola, planejador financeiro da Planejar, é fundamental conhecer bem os produtos à disposição no mercado financeiro e, para quem tem dívidas no banco, a nova taxa abre uma janela para procurar o banco e renegociar o crédito, com prestações mais baixas. Loiola foi entrevistado na TV Estadão nesta quinta-feira, 19. Confira abaixo os principais trechos da conversa.

Corte da Selic é positivo para o tomador de empréstimo

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A queda na meta da Taxa Selic, via de regra, deve ser melhor para quem está tomando dinheiro emprestado porque serve como referência para os juros praticados. Segundo Leandro Loiola, os juros de crédito pessoal deveriam se tornar mais baixos.

E pior para quem investe

Já para os investidores que recebem juros atrelados à Selic, a queda de juros não é uma boa notícia, já que significa menos rendimento para o dinheiro aplicado.

Mas as taxas de crédito não caem como cai a Selic

Uma das razões apontadas para a dificuldade na redução das taxas é, segundo o especialista, o risco de crédito no Brasil, devido à alta taxa de inadimplência. Outra suposta razão é o custo elevado da operação bancária, que envolve gastos com segurança, por exemplo. Uma terceira justificativa seria o compulsório, depósito obrigatório em que uma parte do dinheiro oferecida como crédito pelo banco fica retida no Banco Central, sem remuneração, como uma espécie de seguro caso o tomador de crédito não honre o empréstimo.

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Mesmo assim, o momento é bom para renegociar as dívidas

Leandro Loiola recomenda que o momento é ideal para renegociar dívidas bancárias. "A queda de juros da Selic é um chamamento para os tomadores de empréstimos buscarem alternativas de crédito menos caras", diz. Embora não haja garantia de redução da taxa, é possível optar por outras modalidades de crédito, como um crédito consignado.

Juros mais baixos podem ser oprtunidade para endividados renegociarem ses débitos Foto: Divulgação

Monte uma 'carteira esperta' de renda fixa

A primeira opção para quem tem investimentos é encontrar alternativas que rendam mais, como os títulos que não pagam impostos e maximizam o retorno. É o caso de letras de crédito, como a Letra de Crédito Imobiliária (LCI) e a Letra de Crédito da Agropecuária (LCA). É preciso também se atentar às taxas de administração e custódia, que são cobradas pelas corretoras de investimentos dependendo do valor investido e do tipo de título. O investidor deve estar atento e, dependendo, buscar outra empresa para intermediar as compras de títulos. Também é possível alongar o prazo do investimento. Muitos títulos pagam melhor pois, devido ao longo prazo de resgate, obrigam o investidor a ficar com o dinheiro preso, sem liquidez.

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Saiba quais são seus objetivos

Para o especialista, o melhor investimento é o que se encaixa ao objetivo pessoal do investidor. Para uma reserva de emergência (caixa mantido pelo aplicado com três a seis vezes os gastos mensais da família), é recomendado uma aplicação de resgate imediato, mesmo que com baixo retorno. Nesses casos, encaixam-se a caderneta de poupança, título do Tesouro Direto atrelado à Selic e Certificados de Depósito Bancários (CDB). No caso do Tesouro Selic, é preciso lembrar que o dinheiro é liberado na conta do aplicador um dia após o pedido de saque.

E não descuide da aposentadoria

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Para investimentos de longo prazo, como projetos de aposentadoria, as possibilidades incluem planos de previdência privada e, hoje em dia, as carteira de ações, que têm boas perspectivas, caso o investidor tenha um perfil para o risco. De volta à renda fixa, os prazos dos títulos de longo prazo podem chegar a 20 ou 30 anos.

A caderneta de poupança não é tão ruim assim.

A poupança atualmente rende 70% da Taxa Selic. Isso significa que ela deve superar a inflação nos próximos meses. A grosso modo, portanto, a poupança corrige as perdas inflacionárias. É um bom produto para quem pretende guardar dinheiro com objetivos de curto e médio prazos.

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