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Queda de commodities apaga ânimo pós-Fed e Bovespa cai 5%

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

Uma forte correção dos preços das commodities internacionais e seu efeito sobre ações de peso no mercado doméstico fez a Bolsa de Valores de São Paulo mergulhar para a segunda maior queda em 2008. O Ibovespa caiu 5,01 por cento nesta quarta-feira, para 58.827 pontos, voltando ao menor nível desde 28 de janeiro. O giro financeiro na bolsa foi de 6,87 bilhões de reais. O movimento aconteceu apenas um dia depois de os mercados terem experimentado ganhos maciços, na esteira de um novo corte do juro básico norte-americano, para 2,25 por cento ao ano. Os índices das bolsas de Wall Street tiveram na terça-feira o melhor pregão em mais de cinco anos. Segundo Hamilton Moreira, analista sênior do BB Investimentos, a explicação para o movimento desta quarta-feira foi a percepção mais generalizada de que os preços das commodities não poderiam se sustentar em patamares tão elevados quanto os vistos recentemente, dada a expectativa de forte desaceleração dos Estados Unidos, com desdobramentos mundiais. "Se o mundo vai crescer menos, não há motivos para esses preços", disse. Essa leitura foi o estopim para ordens de venda de ações de algumas das principais empresas da bolsa paulista: Petrobras e Vale. Pressionadas por quedas em torno de 5 por cento dos preços do petróleo, as ações preferenciais da petroleira desabaram 7,4 por cento, a 69,40 reais. Os papéis preferenciais da mineradora foram atrás, com baixa de 7,2 por cento, para 44,26 reais. Segundo profissionais do mercado, corretoras de bancos norte-americanos, como Morgan Stanley e Citibank, lideraram as vendas. No final da tarde, o clima piorou em Wall Street em meio a rumores de que o banco de investimentos Merrill Lynch poderia ter ainda mais perdas relacionadas à crise de crédito.

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