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Queda de Tóquio foi 'além da imaginação', diz premiê

Primeiro-ministro japonês manifesta 'profunda preocupação' com o futuro da economia do país

Por Hélio Barboza e da Agência Estado
Atualização:

O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, disse que a queda desta quarta-feira, 8, da Bolsa de Tóquio (-9,4%) foi "além da imaginação" e manifestou "profunda preocupação" sobre o futuro da economia. Aso se declarou chocado com o tombo do mercado - o pior em mais de duas décadas - e se comprometeu a tomar providências, em vez de se concentrar nas eleições.   Veja também: Bolsa do Japão despenca mais de 9%, maior queda em 21 anos Reino Unido anuncia plano de resgate e bolsas européias caem 'Cadê o FMI agora?', diz Lula sobre crise financeira Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Crise pode trazer executivos brasileiros de volta ao País Entenda o pacote anticrise que passou no Senado dos EUA A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil Entenda a crise nos EUA     "Temos de tomar medidas para lidar seriamente com isto", afirmou. Aso, que assumiu no mês passado e teve um início de governo difícil, voltou a rejeitar os pedidos da oposição para antecipar eleições. "O povo japonês está dizendo: 'ei!, isso não é hora de realizar eleições; é a economia'", afirmou.   O atual mandato da Câmara Baixa do Japão termina em setembro do ano que vem, mas a oposição espera que os eleitores manifestem sua raiva contra o partido de Aso, o Partido Liberal Democrático (PLD), que está no poder quase ininterruptamente desde 1955.   O ministro das Finanças japonês, Shoichi Nakagawa, também reconheceu que a queda da bolsa foi profunda. "Penso que os fundamentos econômicos do Japão são melhores do que os do EUA e da Europa, mas tenho de encarar o fato de que os participantes do mercado puxaram as ações de Tóquio para baixo", afirmou.   No entanto, o ministro deu poucas indicações sobre a possibilidade de o governo japonês adotar alguma medida para levantar o preço das ações. "Eu gostaria de monitorar atentamente as bolsas da Europa e os preços globais das ações", declarou.   Ele afirmou, contudo, que pretende trocar opiniões sobre a situação dos mercados financeiros com seus colegas do G-7 na reunião de sexta-feira. "O Japão vai dizer o que deveria dizer", declarou. O comentário sugere que ele pode indiretamente pedir que os EUA avaliem o uso de dinheiro público para recuperar o setor bancário, como o Japão fez no passado.   Câmbio   Apesar de a cotação do dólar ter chegado a afundar para menos de 100 ienes nesta quarta-feira, o ministro considerou que a recente movimentação do câmbio não é tão volátil a ponto de requerer, num futuro próximo, uma intervenção do governo para apoiar a moeda norte-americana.   As declarações de Nakagawa sugerem que o Japão pode não estar disposto a apoiar uma intervenção para combater a escalada da crise financeira mundial. Um alto funcionário do Ministério das Finanças do Japão também observou que não está claro se, na reunião da próxima sexta em Washington, os ministros de finanças do G-7 vão discutir a necessidade de uma intervenção conjunta no câmbio. "Até agora, não tenho certeza se as questões cambiais serão discutidas", disse a fonte. As informações são da Dow Jones.

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