Os analistas consultados pela reportagem do Cias Abertas - serviço da Agência Estado - avaliam que a redução do compulsório não deverá trazer um aumento imediato no volume de dinheiro destinado aos empréstimos. Eles concordam que os bancos, de um modo geral, já repassavam boa parte do capital disponível para empréstimos, antes mesmo da decisão do Banco Central. Porém, nem todo o capital disponível era destinado imediatamente aos clientes. Isso acontecia porque, ao mesmo tempo que a demanda era reprimida por causa dos juros altos, os bancos tinham que se preocupar em se proteger dos riscos desses créditos. Com a redução do compulsório, cerca de R$ 3,3 bilhões adicionais estarão bruscamente disponíveis no sistema financeiro a partir de julho. Bancos podem destinar o capital excedente para a compra de títulos públicos Na avaliação de Mário Palhares, da BES Securities, os bancos levarão tempo para se adaptar à nova realidade, analisando os riscos de novas concessões de empréstimos sob condições diferentes - com juros provavelmente menores. Segundo o analista, a maior parte do dinheiro será, de início, destinado às aplicações com títulos públicos para que não fique ocioso. Com isso, a transferência de capital para empréstimos seria uma tendência para médio e longo prazo. Gilberto Pereira de Souza, da Sudameris Corretora, fez a mesma análise. Segundo ele, a transferência de recursos para empréstimos ao consumidor acontecerá de forma gradual. Ele acredita que os juros também deverão cair nos próximos meses, mas não no mesmo ritmo que é desejado pelo Banco Central.